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Ricardo Oliveira de Carvalho

RESUMO
A escolha dessa temática deve-se justamente pela ênfase dada a esta questão recentemente nas observações das práticas avaliativas e nas reuniões pedagógicas realizadas nas escolas do município de Quijingue. Assim, o objetivo deste trabalho é exatamente buscar e analisar as práticas de avaliações em três escolas da sede do citado município para poder traçar um esboço de tal prática do aprendizado considerado ideal, fazendo uma análise comparativa, empregando o método qualitativo fundamentado em teóricos que abordam essa temática, bem como, em entrevistas com seis professores da educação básica das escolas municipais, Waldir Magalhães de Andrade, Manoel Fidelis da Silva e do Colégio Estadual Luiz Eduardo Magalhães.
Palavras-chave: Avaliação, aprendizagem; práticas educativas, relação professor-aluno.

ABSTRACT
The choice of this theme should be precisely the emphasis given to this issue recently in the comments of the evaluation practices and educational meetings held in schools in the city of Quijingue. The objective of this study is that search and analyze the ratings of three schools in the seat of that municipality to be able to trace an outline of the practice of learning is considered ideal, making a comparative analysis, using the qualitative method based on theoretical approach this theme, as well as in interviews with six teachers of basic education in municipal schools, Waldir Magalhães de Andrade, Manoel da Silva Fidelis College and State Luiz Eduardo Magalhaes.

Keys-words: Evaluation, learning, educational practice, teacher-student relationship.

INTRODUÇÃO
Refletir sobre Educação no momento histórico contemporâneo exige adentrar as peculiaridades próprias da complexidade que é o ato de ensinar e aprender em realidades tão repletas de contradições. Tentarei situar a educação, iniciando por uma resumida retomada histórica no mundo e, principalmente no Brasil, além de tentar alcançar as tendências de sua estruturação em períodos de globalização. E, perpassando as tendências ou os desafios, descobrir caminhos para o processo de permanência, sucesso e prazer da criança na escola. Nas últimas décadas os assuntos alusivos à avaliação passaram a ter um importante papel nos meios acadêmicos, até se transformarem em um dos focos primordiais de atenção nas análises, reflexões e debates pedagógicos.
Segundo LUCKESI (1990), o discurso pedagógico e psicopedagógico atualmente nos oferecem uma série de reflexões e propostas sobre a avaliação na educação, que não são de forma alguma detestáveis, nem em números, nem em interesses.
Como partes das reformas dos sistemas de ensino instalaram-se em diferentes países sistemas nacionais de avaliação. Aqui no Brasil, o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (SAEB) foi instituído na década de 1980 e apresenta como respaldo legitimado a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que define como responsabilidade da União a avaliação do rendimento escolar em nível nacional.
Segundo FRANCO & BONAMINO (2001, p. 18), o objetivo declarado do SAEB (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica) "é gerir e organizar informações sobre a qualidade, a eqüidade e a eficiência da educação nacional".
É notório que várias formas de avaliação passaram a fazer parte, em grande medida, da nossa vida profissional. Porém, há dessemelhantes tipos de avaliação que podem e devem desempenhar funções diferentes e, por isso, é necessário utilizar procedimentos e técnicas de avaliação igualmente diferenciadas. Porém, é nesse momento da diferenciação dos procedimentos avaliativos que ocorre o mau uso da avaliação. Com esse uso são evidenciadas as avaliações classificatórias e punitivas. Ou seja, nasce como esses métodos a dicotomia da avaliação, que muitas vezes são geradas por despreparo das instituições, dos professores e de mera falta de um projeto político pedagógico da escola.
Como argumenta VASCONCELLOS (1993), o que se observa atualmente, principalmente, na escola é um tipo de avaliação tradicional, autoritária, com aquele cunho de exclusivamente averiguar e não intervir para mudar, configurando assim a divisão da avaliação escolar. Por conseguinte, as mudanças que vêm ocorrendo, muitas vezes, são quase imposição das entidades mantenedoras. Por isso, observa-se uma reação muito intensa dos professores, porque se sentem atingidos, e por algumas vezes desrespeitados, perdendo a sua autonomia.
É também notório que a escola tem uma maneira específica e intencional de organizar e propor situações para que ocorra a aprendizagem de determinados conteúdos culturais ou sistematizados. A questão central da escola – ensinar e aprender – tem no currículo na sua metodologia sua chave mestra, toma forma em um projeto, exige planejamento, sustenta-se no trabalho coletivo dos educadores. De cada professor, essa questão exige um sério preparo profissional que garanta, entre outros requisitos, o saber e o saber-fazer, isto é, o domínio do conteúdo e da metodologia de ensino e consequentemente de sua prática avaliativa. Sem o domínio do conteúdo, o professor não pode selecionar, sequenciar e dosar o que vai ensinar, não consegue flexibilidade na escolha e no emprego de caminhos seguros para promover a avaliação de aprendizagem em sala de aula, a ausência desse domínio cria condições desfavorável ao aprendizado do aluno, institui o que chamo de prática dicotomizadora.
Diante da realidade sempre nova de sua classe e de seus alunos, o professor mesmo que saiba muito, constantemente deve-se perguntar como agir para que os alunos aprendam. A metodologia de ensino que o professor adota é a sua própria perspectiva de tratar o ensino, seu posicionamento e atitude diante do processo avaliativo. De sua visão a respeito da educação e do que seja ensinar e aprender resulta seu modo de ser professor. É exatamente nesse ponto que o presente trabalho aborda uma análise sobre as dificuldades encontradas na prática da avaliação escolar no que tange a sua dicotomização na sala de aula. O método dicotomizado surge, por um lado, de professor para quem educar é meramente transmitir, e aprender é memorizar informações, adota procedimentos que raramente vão além de dar aula expositiva e de verificar se as informações foram memorizadas. Por outro lado, as negligências das instituições escolares, em buscarem uma consolidação dos membros de sua comunidade para uma prática que vise à real formação dos alunos, contribui também para a dicotomia nos métodos da avaliação.
De qualquer forma, a temática prática da avaliação escolar tem provocando debates, conflitos e muitas cizânias, até mesmo ideológicas. Será que isso não pode ser até perigoso? Afinal, do ponto de vista da escola, o mais importante é o projeto político-pedagógico, a questão do desenvolvimento e da formação humana, da cidadania e da construção do conhecimento.
Do jeito como a avaliação vem sendo feita, acaba comprometendo mesmo a concretização do projeto. Entende-se que o tema necessita ser ajustado com muito critério porque tem muitos desdobramentos devido às questões referentes às subjetividades docentes. Essas subjetividades dos decentes são; muito frequentemente, geradoras de divisões nas práticas avaliativas, ora punitivas ora prioritariamente classificatórias.
Para PERRENOUD (1999), a avaliação não é uma tortura medieval. É algo mais tardio, gerada nos colégios por volta do século XVII e tornada indissociável do ensino de massa que conhecemos desde o século XIX, com a escolaridade obrigatória.
O ponto fulcral do problema da avaliação é o consenso, ou sua falta, de como avaliar, de que maneira ou sobre quais níveis de exigência se avaliar?
Olhar pesquisador e vigilante. Saber observar é a chave para uma avaliação realmente formativa. E para observar bem é preciso ter dois olhares: o de pesquisador e o de vigilante e neste contexto é necessário um diálogo respeitoso e consubstanciado pela escuta sensível nos espaços educacionais.
Com o olhar pesquisador, o educador esquematiza o que deve focalizar baseado na sua ação pedagógica e com o olhar vigilante não procura focos de problemas já existentes, mas prevê possíveis problemas e necessidades. Observar bem é, portanto, ter olhar pesquisador que cerca o foco do problema para chegar à solução, e olhar vigilante, que está sempre atento às faltas e à iminência de falhas no processo pedagógico. O quê e como olhar? É válido ressaltar que em um processo de avaliação o que está em jogo não é somente os saberes adquiridos pelos alunos, mais também a prática do professor.
Para SANT’ANNA (2002) a avaliação é a alma do processo educacional. É um termômetro que permite confirmar o estado em que se encontram os indivíduos envolvidos. É imperativo que haja uma conscientização para desenvolver avaliações mais justas, humanas e corretas. A avaliação formativa é da responsabilidade do professor, e consiste na avaliação destinada a informar o aluno, o seu encarregado de educação e a escola na situação de cumprimento dos objetivos programáticos do currículo.
Assim, objetiva-se neste estudo buscar analisar as práticas de avaliação em uso para poder traçar um esboço desta prática considerada ideal, fazendo uma análise comparativa, empregando o método qualitativo fundamentado em entrevistas com seis professores do Ensino Básico de três escolas da sede do município de Quijingue.
Na certeza de articular as práticas observadas aos debates científicos contemporâneos pode-se elencar como premissas teóricas acerca da avaliação as seguintes reflexões:
o conceito de avaliação de aprendizagem, que tradicionalmente tem como alvo o julgamento e a classificação do aluno, necessita ser redirecionado, pois a competência ou incompetência do aluno resulta, em última instância, da competência ou incompetência da escola. A avaliação escolar, portanto, não pode restringir-se a um de seus elementos, de forma isolada. Importa, pois, enfatizar a relação entre avaliação da aprendizagem e avaliação do ensino, considerando-se o desempenho do aluno de forma relacionada com o desempenho do professor e com as condições contextuais da própria escola. (SOUZA (2004. p. 104), “

O primeiro capítulo desta monografia transcursa por uma retrospectiva histórica da educação e apresenta a escolaridade do aluno, o aproveitamento escolar, a legislação e a função da avaliação. O segundo capítulo analisa e considera os procedimentos e instrumentos de avaliação para verificar se captam ou não os progressos realizados por elas no desenvolvimento e/ou aprendizagem de certas capacidades; se esses procedimentos e instrumentos permitem relacionar os progressos realizados por eles ao ensino que está sendo ministrado e, apresenta algumas sugestões de quais procedimentos podem ser avaliados pelos professores. E, por fim no terceiro capítulo apresentam-se as três escolas da sede do município de Quijingue e como a avaliação está sendo aplicada em seu contexto.

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