MESTRE

O blog do Professor Reizinho

BEM-VINDO AO BLOG DO PROFESSOR REIZINHO

Visualize agora a sua turma e responda rápido: você tem alunos com dificuldades ou com problemas de aprendizagem ? ! Se você ficou na dúvida, não se desespere, é compreensível , afinal com tantas nomenclaturas e  definições controversas fica difícil  encontrar o significado coerente para o termo.
Simplificando seria assim: um aluno com desordem neurológica ou psiquiátrica seguramente terá dificuldades para aprender qualquer coisa e consequentemente apresentará também problemas de aprendizagem em tudo o que for proposto. Já um aluno dito “normal” poderá ter problemas com a tabuada, pois não conseguiu elaborar corretamente o conceito da multiplicação, porém, se forem feitas as devidas intervenções pedagógicas esse mesmo aluno conseguirá superar este problema e seguirá adiante no que for ensinado.
Percebeu a diferença ? Um problema de aprendizagem é temporário, já uma dificuldade de aprendizado é duradoura.
Na Escola encontraremos alunos com Deficiência Intelectual (capacidade intelectual inferior à média) , que apresentam dificuldade de aprendizado e alunos com problemas de aprendizado  nos mais variados conteúdos.
O fato é que em uma turma de 40 alunos, existem 40 indivíduos com ritmos, interesses e  fisiologia distintos uns dos outros e portanto, jeitos diferentes de aprender. Esses “jeitos diferentes de aprender” são também conhecidos como Estilos de Aprendizagem que nada mais são que o modo como esse indivíduo se comporta enquanto está aprendendo .
Os estilos de Aprendizagem são:
- Cinestésico:  quando se utiliza da expressão corporal e a manipulação  de objetos
- Visual: quando é utilizado textos, livros, gráficos, fotos, diagramas, desenhos, provas escritas
- Auditivo: quando é utilizado fala, sons e  músicas
Encare do seguinte modo, ao adotar um determinado estilo de aprendizagem estou escolhendo a melhor forma de processar o conhecimento novo que estou recebendo. Assim ao conhecer o estilo de uma pessoa você saberá qual será a forma mais fácil e a mais difícil dela processar qualquer conhecimento.
Na Escola somos cobrados dentro de um único estilo: o Visual, assim todos os alunos que se enquadram neste estilo, seguramente tirarão excelentes notas. Já os alunos “cinestésicos” e “auditivos” terão os tão conhecidos problemas de aprendizagem.
Já estou até vendo você perguntando: “Como então trabalhar na mesma sala com os dois grupos” ? Fazendo, conforme diz Perrenoud,  a “diferenciação pedagógica”. Ou seja, elaborar atividades que contemple os três estilos de aprendizagem. Pegando o exemplo da tabuada, o Professor pode ensinar a multiplicação cantando, criando jogos com a manipulação de objetos,  utilizando exercícios escritos, jogos de computador.
E os alunos com deficiência intelectual? Também serão beneficiados com a diferenciação pedagógica, já que não se sentirão discriminados pois estarão realizando atividades com diferentes graus de desafio.
Como levantar os estilos de aprendizagem dos meus alunos ? Observe no dia a dia na hora da execução das tarefas, quais são os momentos, ou em quais atividades determinados alunos mostram-se mais eficientes em realizar a tarefa dada.
Quando um conteúdo novo é apenas explicado quantos de fato conseguem compreender o que foi ensinado. Ao ajustar esse mesmo conteúdo e apresentar dentro de outro estilo de aprendizagem quantos alunos conseguem compreender ?    Anote esses dados e faça o mapeamento da sua turma, você ficará surpresa com os resultados.
Elaborar aulas levando em conta os estilos de aprendizagem e criar atividades diferenciadas  dá trabalho ?  A minha resposta é: Muito mais trabalho dá, ter de lidar com problemas de aprendizagem, pois tanto  o aluno quanto o  professor ficam frustrados, extenuados e desmotivados, o que acaba gerando uma carga emocional negativa com todo o grupo.
Já com o uso da diferenciação pedagógica, respeitando os diferentes estilos de aprendizagem do grupo, as aulas transcorrem de modo mais vibrante, em constante movimento de trabalho e alegria. Afinal, desta forma,  todos se vêem como capazes e inteligentes.
Lembre-se, ao trabalhar dentro de um único estilo o professor acaba favorecendo o aparecimento dos problemas de aprendizagem.

Rosely Brito


Você já tomou conhecimento de 10 Regras Gerais que fazem a diferença no gerenciamento da sala de aula. As Regras Gerais fornecem direções seguras para você melhorar o relacionamento Professor/Aluno e Professor/Pais, bem como possibilitam trabalhar de um modo preventivo contra as possíveis atitudes de rebeldia,indisciplina e confronto com os alunos.
Recapitulando as 10 Regras Gerais vistas até agora:
 

01. Crie, por escrito, os objetivos e expectativas que você tem para a turma,
02. Seja consistente em tudo que disser ou fizer,
03. Seja paciente com você mesma e principalmente com os alunos,
04. Transforme os Pais em seus aliados. Comunique-se mais com eles,
05. Evite falar demais e se alongar nas explicações,
06. Organize o tempo da aula em três blocos diferentes de atividades,
07. Comece e termine a aula dentro do tempo estabelecido, não `enrole `,
08. Tenha atividades planejadas para manter TODOS os alunos ocupados,
09. Discipline e corrija individualmente, jamais faça isso em público,
10. Mantenha sempre a perspectiva e o bom humor para cada situação

Aplicar as Regras Gerais no dia a dia da sala, envolve muita persistência e paciência por parte do Professor, haverá momentos de frustração, fadiga e até o velho sentimento de fracasso rondando a sua sala, porém, são para esses momentos que a Regra Geral no. 11 entrará em ação: Saiba quando pedir ajuda !!!!

Lembre-se você não está sozinha/sozinho, você faz parte de uma Equipe. Você tem que contar com o apoio dos colegas Professores da Escola, da Coordenação, do Diretor, dos Pais. Ainda também pode contar com o auxílio dos Livros, da Internet, dos Cursos, de Aconselhamento, de Coach, enfim, há uma série de recursos.

Pedir ajuda também requer antes de tudo humildade. Reconhecer que não somos detentores da verdade, por isso temos que compartilhar o que sabemos e o que precisamos, só assim receberemos ajuda que pode vir de lugares onde você menos espera.

Jamais se feche para as possibilidades de receber ajuda. É uma pena quando ouvimos comentários do tipo: “ só vou fazer curso se a escola pagar “ , “ só vou se tiver certificado”, “ só faço se me pagarem hora extra”, “ mais um treinamento que não serve de nada” .

Saiba que ao pedir ajuda você abre possibilidades de crescer de mudar de tamanho e quando isso acontece podemos contribuir com muito mais para o mundo em que vivemos e fazer muito mais pelos nossos alunos. Por isso não se contente em ficar do mesmo tamanho por muito tempo, desafie-se e não tenha medo de pedir ajuda.

Rosely Brito

O relacionamento Professor x Aluno é o `calcanhar de Aquiles` de todo Professor, é o ponto fraco onde muitos falham.

Quando os alunos são inquiridos sobre o que acham do Professor as respostas são variadas: “ meu Professor é bonzinho “ , “ carrasco “ , “ chato” , “grita demais”, “ só reclama” e por aí vai em uma infinidade de adjetivos nada positivos. Mas também há uma luz no final do túnel, dentre as respostas aparecem também o “ Professor Legal” .

Para os alunos o “ Professor legal”, não tem nada a ver com Professor `bonzinho`. O Professor `legal` é aquele que sintetiza uma série de características que atuam em um conjunto equilibrado de atitudes e comportamentos diários que fazem com que o aluno sinta-se cobrado, respeitado e instigado a sempre empenhar-se mais. O Professor `legal` tem a capacidade e o talento de motivar, inspirar e desafiar.

Você deve estar perguntando-se: “ Quais características são estas que fazem com que a imagem do Professor seja extremamente positiva aos olhos dos alunos ? “ .

Um desses comportamentos é: manter a perspectiva em todas as situações.
Neste caso trata-se de não se deixar levar pelo nervoso, stress, irritação e não sair `batendo boca`com o aluno. O Professor é um adulto, tem uma maturidade conforme sua experiência de vida e formação, coisas que a criança e jovem ainda não tem. Mantenha sempre a perspectiva de Educador (maturidade), jamais caia na posição da criança/jovem (imaturidade).

Outro comportamento que faz o Professor ser considerado `legal ` é quando ele sabe equilibrar seriedade (cobrança de tarefas, ensino dos conteúdos, regras, procedimentos ) com momentos de humor e descontração e isso implica em saber rir das situações engraçadas e daquelas em que não são tão engraçadas assim. Saiba que, uma pitada de humor pode desequilibrar e romper qualquer momento de tensão e constrangimento dentro da sala de aula e fora dela.

Para que o Professor consiga `funcionar` no modo `legal` é preciso já ter atingido um patamar de maturidade na sua vida pessoal e profissional. Por isso, reveja todas as áreas da sua vida, reflita sobre o que ainda a motiva a dar aulas, a entrar em uma sala de aula, a fazer parte da vida de crianças e jovens. Se a resposta que você obtiver ainda empolgar você, então já lhe digo, você tem tudo para tornar-se um “ Professor Legal “.

Quero ajudar neste ano 50.000 Professores a transformar a sala de aula, por isso conto com a sua ajuda para distribuir, a todos os seus colegas Professores, o mini curso de Gerenciamento da Sala de Aula.

Rosely Brito

Diariamente recebo emails de Professores que desabafam suas angústias e desespero por não saberem como trabalhar com crianças ou jovens que apresentam alguma necessidade especial. Na pesquisa realizada com Coordenadores também foram relatadas várias inquietações referente a esse tema.
Assim, visando oferecer mais subsídios para Professores e Coordenadores, iniciarei uma série de artigos voltados ao esclarecimento das Deficiências.
Infelizmente, a Universidade não prepara o Professor para lidar com essas crianças, por outro lado a Escola também não contempla, na formação continuada, dar conta desta questão e capacitar os Professores e Funcionários de Apoio para de fato tornar a inclusão uma realidade.
Mas de que inclusão estamos falando? Saiba que matricular a criança e fisicamente  garantir uma carteira dentro de uma sala de aula NÃO é inclusão ! Fazer a equivalência idade/série sem contemplar o devido apoio pedagógico também NÃO é inclusão. Tentar enquadrar a criança ou jovem no mesmo nível pedagógico que os demais alunos também JAMAIS será  inclusão.
Vivemos em um mundo real e por esta razão é preciso analisar o contexto atual em que estas crianças são recebidas: salas de aula lotadas, um único Professor, sem a devida capacitação para lidar com nenhum tipo de deficiência, a equivalência idade/série que acaba promovendo apenas a inclusão social, já que a criança ou jovem convive com outras crianças da mesma idade cronológica, porém há que atentar que a idade mental, dependendo da deficiência, não contemplaria nem mesmo esta “inclusão social”.
Ainda há a situação em que todos os anos muitas Escolas são surpreendidas com o recebimento de alunos com necessidades especiais (com paralisia cerebral, limítrofes, ou algum tipo de síndrome), sem que tivessem sido informadas de tal fato pelas famílias. Por outro lado, a família, com  receio de não conseguir a vaga, omite as reais necessidades da criança, deixando assim, a Escola sem subsídios para iniciar o trabalho pedagógico. Saiba que está situação é mais comum do que parece.
A SURPRESA:
Nos primeiros dias a Professora observa que aquela criança não interage com as demais crianças, demonstra comportamento diferente para a idade, e não se desenvolve no seu aprendizado. As tarefas que a criança realiza estão muito aquém do grupo, ou então a criança nada realiza em todo o período que fica na Escola. As notas estão sempre  abaixo do esperado, o comportamento é agressivo, ou indisciplinado,  desestabilizando  todo o grupo.
O QUE FAZER?
A família começa a cobrar os resultados da Escola e da Professora . A Escola por sua vez, não dispõe de informações, laudos e diretrizes que possam nortear o trabalho pedagógico.        Se você tem algum aluno nesta condição, aqui vão algumas sugestões que podem ajudar:
-      Convocar a família para uma Reunião e solicitar pos escrito: Avaliação Psicológica, Neurológica ou outras que julgar necessárias,
-      Dar um prazo para a família entregar o parecer médico na Escola,
-      Encaminhar o aluno para as terapias, caso a criança ainda não esteja realizando, conforme os laudos recebidos;
-     Solicitar cópia do Receituário para verificação de quais medicamentos o aluno faz uso, pois muitos deles ocasionam mudança de comportamento e    interferem na atenção, ocasionando lentidão de aprendizado e memória, bem como agitação,
-     Levantar, junto a família, qual é a rotina do aluno, pois os familiares de crianças especiais tendem a ser permissivos, assim eles crescem sem regras, disciplina ou boas maneiras;
-     Atualizar o prontuário do aluno com todo o registro (cópias) de diagnósticos de especialistas tais como: Neurologista, Psiquiatra, Psicólogo, Fonoaudiólogo, Psicopedagogo, Terapeuta Ocupacional e outros, conforme o caso;
-      Estude sobre a deficiência do seu aluno, aprenda sobre suas características e sintomas, de modo a saber detectar quais comportamentos acompanham determinada deficiência, para que você tenha mais elementos e possa distinguir o que é da doença e o que é falta de disciplina e educação ;
-     Solicite Relatórios periódicos das terapias que a criança estiver realizando, se possível  mantenha contato direto com o Especialista em questão;
-     Caso a família fique protelando indefinidamente as providências que o Professor solicitou, acione o Conselho Tutelar e alegue que a família está sendo negligente com as necessidades da criança.
Após tudo isso feito e levantado, chega  a hora de:
- criar plano de curso específico e bem variado  para as necessidades de cada aluno,  para isso consulte as Diretrizes Curriculares para Educação Especial e os PCNS.
- criar plano de rotina/disciplina para que a família implante no lar
- entrar em contato periódico com os profissionais que fazem a terapia do aluno para fazer o acompanhamento da evolução do mesmo.
- criar uma rotina na escola e sala de aula, o que exigirá paciência e persistência
- promover a inclusão social (com os demais alunos), física (adequar as instalações  físicas), pedagógica (atividades diferenciadas e focadas nas necessidades do aluno)
- na impossibilidade de realizar o que está sendo exposto, cobre do poder público o que estabelece a LDB no seu artigo 58 e 59.

Rosely Brito