MESTRE

O blog do Professor Reizinho

BEM-VINDO AO BLOG DO PROFESSOR REIZINHO

Que a indisciplina está correndo solta na sala de aula, dentro da Escola e no entorno da Escola, é de consenso geral entre os Professores.  Infelizmente, dado o descaso com que a indisciplina  é conduzida e tratada pelas autoridades, imputou-se ao Professor e às Escolas a responsabilidade de solucioná-la.
O que talvez, nem o Poder Público e nem as Famílias estejam vendo é que a indisciplina de HOJE, é a VIOLENCIA não mais de AMANHÃ, mas de HOJE mesmo.
Até há bem pouco tempo, acreditava-se que a violência só ocorria à noite, e em pontos e situações isoladas.
HOJE, está violência está dentro das salas de aula, dentro das Escolas, no meu e no seu Bairro, na minha e na sua rua. Ela está assustadoramente próxima de nós.
Os jovens atualmente desafiam e desrespeitam os Pais, quando chegam na sala de aula fazem o mesmo com os  Professores ,e o que começou com comportamentos de  desrespeito e indisciplina, desemboca na Comunidade na forma de  violência explícita contra o cidadão.
Depois que o problema sai do controle de quem é a responsabilidade de solucioná-lo ?
E antes do mesmo ocorrer, de quem é a responsabilidade de prevení-lo ?
Veja abaixo a matéria que foi publicada no Jornal A Folha de São Paulo de Brasília:
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O Senado aprovou na quarta-feira (14) projeto que obriga as escolas da educação básica a oferecerem as disciplinas de Ética e Cidadania Moral e Ética Social e Política. O projeto altera a Lei de Diretrizes e Bases da educação brasileira ao tornar as duas disciplinas obrigatórias nas escolas brasileiras.
Instituída durante a ditadura militar (1964-1985), a disciplina de “Moral e Cívica” deixou de ser obrigatória no país em 1993. No decreto de sua criação, o governo militar dizia que a disciplina tinha entre outros objetivos “a preservação dos valores espirituais e éticos da nacionalidade” e o “fortalecimento da unidade nacional”.
O MEC (Ministério da Educação) é contrário ao projeto por considerar que a inclusão de duas novas disciplinas vai promover um “inchaço” nos currículos escolares. Em nota técnica enviada a senadores para criticar o projeto, o ministério diz que o calendário de 200 dias letivos fixado pela Lei de Diretrizes e Bases da educação não comporta novas disciplinas.
A proposta havia sido aprovada em caráter terminativo pela Comissão de Educação do Senado em setembro, mas o líder do governo, Eduardo Braga (PMDB-AM), pediu sua votação em plenário.
Autor do projeto, o senador Sérgio Souza (PMDB-PR) aproveitou o esvaziamento do plenário nesta quarta-feira, véspera de feriado, e conseguiu incluir a matéria na pauta de votações. O senador disse que tinha o apoio dos líderes partidários para votar a matéria. O projeto segue agora para análise da Câmara dos Deputados.
Em defesa da proposta, Souza afirmou que a inclusão das disciplinas tem o objetivo de fortalecer o sistema educacional brasileiro ao priorizar a “formação moral e ética das nossas crianças”.
“Queremos fortalecer a formação de um cidadão brasileiro melhor: pela formação moral, ensinando conceitos que se fundamentam na obediência a normas, tabus, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos; por outro lado, pela formação ética, ensinando conceitos que se fundamentam no exame dos hábitos de viver e do modo adequado da conduta em comunidade”, afirmou o senador.
Relator da proposta e ex-reitor da Universidade de Brasília, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) defendeu o projeto ao afirmar que os problemas “cruciais” da sociedade só serão solucionados com políticas educacionais voltadas para a formação moral e ética das crianças e jovens.
“Dada a presente desagregação social pela qual passamos, representada pela atual crise de valores humanos, faz-se necessário que a escola oriente a formação do caráter dos nossos jovens, fortalecendo a formação dada no núcleo familiar”, disse.
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Você acredita que a inclusão desta nova disciplina, por si só, garantirá a formação moral e ética das crianças e jovens?
Contrariando a afirmação do Senador Cristovão Buarque, creio que há sim uma desagregação social,  porém a atual crise de valores humanos dá-se pela desagregação da Família e da mídia para com esses valores.
Não é justo incumbir  apenas o Professor de remediar  e fortalecer uma educação moral que já não existe nos Lares e  nos meios de comunicação, pois não cabe ao Professor o papel de executor desta tarefa.
Viver em Sociedade requer também compartilhamento de responsabilidades e deveres.
Assim sendo pergunto: Quando será criada a Lei que determina que os Pais e a Mídia também recebam aulas de Cidadadia, Moral e Ética ?
E você, o que acha?

Rosely Brito

Há muitas dúvidas no que refere-se a condução e avaliação do trabalho com crianças que apresentam necessidades educativas especiais dentro da sala de aula. O conceito de  Educação Inclusiva é relativamente novo no Brasil. Foi a partir de 1994 com a Declaração de Salamanca que o Brasil comprometeu-se juntamente com outros países a assumir o seu compromisso com esse público. Tanto que a nossa LDB  9394/96 é a primeira lei a ter um capítulo reservado a Educação Especial. 
Apesar de, a partir de 1996, termos dado o pontapé inicial, com a LDB oferecendo diretrizes gerais para a prática de uma educação inclusiva, de lá para cá várias Portarias, Decretos e Publicações tem surgido, no sentido de nortear e esclarecer como isso deverá ser feito, no entanto, fato é que: estamos longe, com raras exceções, de estarmos praticando a educação inclusiva conforme defendido na Declaração de Salamanca. 
Há mais matrículas de crianças com necessidades especiais  e as mesmas aumentam ano a ano, isso é um fato. Porém como estas crianças estão aprendendo? como estão sendo trabalhadas ? como os Professores as estão avaliando ?   
Tanto Professores, Coordenadores e Diretores sofrem com muitas dúvidas no que refere-se a educação de crianças e jovens com necessidades educativas especiais.  Com a proximidade do término do ano letivo a maior delas passa a rondar os Conselhos de Classe: Pode os alunos com necessidades educativas especiais serem reprovados? É obrigatório que eles sejam aprovados ? 
Então, antes de responder a estas questões, compartilho uma enquete que  realizamos  onde constaram  três perguntas: 
01. Você tem alunos especiais na sua sala de aula?
524 Responderam, sendo:
437 ( 83,40%   ) SIM  TEM ALUNOS ESPECIAIS DENTRO DA SALA
 88  (16,79%)     NÃO TEM ALUNOS ESPECIAIS

02. Alunos Especiais podem reprovar?
520 Responderam, sendo:
237 (45,58%) responderam que SIM
295 (56,73% ) responderam que NAO

03. Justifique sua resposta.
 Quanto a justificativa, as respostas foram as mais variadas, porém, tanto os que responderam que NÃO pode reprovar, quanto os que responderam SIM pode reprovar, apresentaram na maioria das respostas razões controversas. 

O QUE DIZ A LDB 9394/96 (CAPÍTULO V): 
Art. 58 . Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. 
§1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender as peculiaridades da clientela de educação especial.
§2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns do ensino regular.
§3º A oferta da educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. 
Art. 59 . Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais:
I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades;
II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;
III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;
IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;
V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. 
Art. 60 . Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder público. 
Parágrafo único. O poder Público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na própria rede pública regular.
 Como você pode observar acima, coloquei em negrito algumas partes para que você dê atenção minuciosa, pois são nestas passagens que o Gestor e Professores encontrarão  a direção inicial para organizarem as adequações que serão necessárias a esses alunos. 

LAUDOS : PARA QUE SERVEM ?
Há um equívoco entre os Professores de que se o aluno apresentar Laudo informando a deficiência o mesmo deverá ser aprovado, pois a criança estaria amparada pelo mesmo.
É preciso ficar claro que o Laudo informa uma condição da criança e não a habilita a passar de ano. Da mesma forma que um Professor não medicará ninguém, e nem prescreverá tratamentos, o médico, por sua vez, não tem preparo para avaliar e responder pela aprendizagem da criança, portanto qualquer laudo emitido pelo mesmo ou qualquer outro profissional da área da Saúde com este objetivo não tem efeito.
Cabe ao Professor de posse de Laudos, juntamente com outros registros, tais como:  avaliações, sondagens, entrevistas e  observações, traçar trabalho pedagógico condizente com as necessidades do aluno e então verificar se o mesmo está apto ou não a ser aprovado.
FLEXIBILIZAÇÃO CURRICULAR:
O aluno com necessidades especiais seguirá o mesmo currículo que os demais alunos ? Nem sempre !
Caberá ao Professor elaborar a flexibilização de currículo adequando-o as possibilidades daquele aluno , bem como a seleção dos melhores métodos, estratégias, técnicas de ensino
Já no que refere-se as adequações de mobiliário, de ambiente, recursos educativos e Equipe de Apoio, caberá ao Gestor da Escola fazer as devidas modificações e/ou ajustes, contemplando no Projeto Político Pedagógico, como este trabalho será desenvolvido, monitorado e mensurado.
Mas o que é flexibilização de Currículo para os alunos que apresentam necessidades especiais ? Não se trata de tirar conteúdos a serem trabalhados ou de reduzí-los pura e simplesmente, e sim de adequá-los,   com pequenos ajustes por meio de estratégias de ensino e procedimentos diferenciados, bem como instrumentos avaliativos diversificados.

ADAPTAÇÃO CURRICULAR:
 Já para os alunos que apresentam um nível mais severo de comprometimento cognitivo , de comunicação e/ou de interação social, os conteúdos deverão ser alterados e/ou ampliados, de modo que  estejam contextualizados ao nível cognitivo do aluno, ou seja, adequado ao seu nível de entendimento, a sua realidade social  e proposto com níveis de desafio tal, que possibilite que o aluno caminhe por este currículo e atinja as metas traçadas para ELE, previamente pelo Professor.
As adaptações podem ser relativas aos Objetivos, aos Conteúdos, na Organização Didática, nas Metodologias de Ensino e nos procedimentos de Avaliação. 
Lembre-se de uma coisa muito importante: as metas traçadas para a SÉRIE é uma coisa, e as metas traçadas para o ALUNO alcançar durante o ano letivo diferem totalmente.  Isso fará toda a diferença entre ser aprovado ou reprovado.

SERVIÇO DE APOIO ESPECIALIZADO:
É necessário que no contraturno o aluno realize atendimento com profissionais especializados, e que a Escola também possa contar com Especialistas que orientem e deem suporte ao trabalho que o Professor estiver desenvolvendo.
Este serviço não exime a família de providenciar tratamento, terapias, caso necessário, fora da unidade escolar.

PROFESSORES CAPACITADOS:
Não basta matricular os alunos com necessidades educativas especiais em uma sala de aula, sem que o Professor que conduzirá o trabalho não for preparado, capacitado, orientado a planejar e desenvolver o trabalho em questão.
Os Professores relatam que sentem-se frustrados e sozinhos, pois são cobrados como sendo os únicos que devem fazer algo a respeito. Geralmente o Gestor não oferece o apoio que o Professor precisa, e nem disponibiliza capacitações para melhor instrumentalizá-los a trabalhar com esses alunos.
Incluir é uma tarefa da Escola como um todo, no seu Projeto Político Pedagógico, nas suas adequações físicas e de mobiliário, na aquisição de recursos materiais, no oferecimento de Equipe de Especialistas, na criação de novas metodologias que atendam esses alunos, na seleção de instrumentos de avaliação, no estabelecimento de critérios de aprovação/reprovação,  bem como na capacitação do Professor que trabalhará diretamente com esses alunos.
A Lei só poderá ser cumprida na sua integralidade , e a Inclusão realmente praticada, se todos os elementos que a viabilizem  estiverem sendo contemplados.

AVALIAÇÃO:
A avaliação de um aluno com necessidades especiais deve partir das metas anteriormente traçadas para que ELE atinja. Lembre-se, o Curriculo foi Flexibilizado e Adaptado para ele com metas específicas . Assim a Avaliação mais justa que deverá ser feita é a Processual.
Os instrumentos para esta avaliação seriam: Observação com base nos objetivos que foram traçados para o aluno, portfólios, análise da produção escolar, registros do professor em diferentes momentos da prática pedagógica e quaisquer outros instrumentos que possibilitem  a verificação quantitativa dos  progressos alcançados pelo aluno.
O Professor também deverá considerar todos os avanços alcançados durante este percurso no que refere-se aos: aspectos do desenvolvimento  (biológico, emocional, comunicação, etc), motivação, capacidade de atenção, novas estratégias que o aluno desenvolveu para solucionar e/ou superar determinados desafios.

APROVAÇÃO E REPROVAÇÃO:
Se a avaliação é processual, ou seja, do percurso então é correto afirmar que para cada etapa deste percurso o aluno terá um tempo e  ritmo próprio, o qual não se enquadrará nos tempos pré-definidos, os quais chamamos de Bimestres e Séries.
Assim é totalmente possível que no final do ano letivo o aluno tenha  atingido as metas de apenas uma parte dos objetivos propostos para Ele, e que portanto deverá dar continuidade na sua caminhada para alcançar o restante. Isso poderá  ser feito tanto na atual série onde se encontra, quanto na próxima série, porque ele sempre caminhará em relação a Ele próprio e nunca em relação a série onde está matriculado.
Quando adotamos esta perspectiva, as metas do Aluno, constatamos que, mesmo que seja auferida nota para mensurar esses progressos, esta nota refletirá a qualidade dos resultados alcançados e nunca a quantidade de conteúdos trabalhados.  
 Caso este aluno esteja em um modelo de progressão continuada o mesmo caminhará de uma série para outra conforme determinado neste modelo educativo.
Para os alunos que são aprovados baseados na aferição de notas, então deve ser levado em consideração tudo o que já foi dito até o momento. Portanto, é possível sim que um aluno com necessidades especiais reprove, caso não tenha atingido as metas estipuladas para Ele.
O fato é que qualitativamente falando o aluno sempre progredirá e atingirá alguma meta, no entanto, se a Escola  adotar o método quantitativo para avaliá-lo então o mesmo poderá ser reprovado. Mesmo assim esta reprovação deverá ser analisada profundamente e sejam pesados todos os dados, pois acima de tudo é necessário que haja o bom senso da escola, dos profissionais envolvidos bem como o consenso dos pais.

TERMINALIDADE ESPECÍFICA:
Determina a Lei que o aluno, independente dos objetivos atingidos e/ou da série cursada  e esgotados todos os recursos para o seu avanço, deverá receber a Certificação de Terminalidade Específica.
A idade mínima para conceder tal Certificação é de 16 anos, e a idade máxima é de 21 anos, e deverá ser concedida somente após  a apresentação de Relatórios detalhados do desenvolvimento acadêmico do aluno em questão ao longo de toda sua trajetória na Escola, bem como apresentadas as justificativas para a emissão da Terminalidade Específica.

CONCLUINDO:
Como você observou, a questão é complexa e profunda como tudo o que se refere à aprendizagem e à inclusão.
Cada Escola, conforme suas possibilidades se organizará para contemplar a inclusão de cada aluno, levando em consideração as suas particularidades e necessidades, e então traçará modelos de desenvolvimento do trabalho pedagógico e de avaliação que sejam justos com esse aluno, respeitando-o em suas habilidades e necessidades.


Por Roseli Brito

Legislação Ed.Especial
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12716&Itemid=863
 LDB 9394/96 – CAPITULO EDUCAÇÃO ESPECIAL
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn2.pdf
Portaria Conjunta CENP/COGSP/ CEI, de 6-7-2009
Dispõe sobre a Terminalidade Escolar Específica de alunos com necessidades educacionais especiais na área da deficiência mental, das escolas da rede estadual de ensino e dá providências correlatas.
http://www.dersv.com/portaria_conjunta_terminalidade_escolar.htm

Você sabe como surgiu o Dia do Professor?

O Dia do Professor é comemorado no dia 15 de outubro. Mas poucos sabem como e quando surgiu este costume no Brasil.
No dia 15 de outubro de 1827 (dia consagrado à educadora Santa Tereza D’Ávila), D. Pedro I baixou um Decreto Imperial que criou o Ensino Elementar no Brasil. Pelo decreto, “todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras”. Esse decreto falava de bastante coisa: descentralização do ensino, o salário dos professores, as matérias básicas que todos os alunos deveriam aprender e até como os professores deveriam ser contratados. A idéia, inovadora e revolucionária, teria sido ótima - caso tivesse sido cumprida.
Mas foi somente em 1947, 120 anos após o referido decreto, que ocorreu a primeira comemoração de um dia dedicado ao Professor.
Começou em São Paulo, em uma pequena escola no número 1520 da Rua Augusta, onde existia o Ginásio Caetano de Campos, conhecido como “Caetaninho”. O longo período letivo do segundo semestre ia de 01 de junho a 15 de dezembro, com apenas 10 dias de férias em todo este período. Quatro professores tiveram a idéia de organizar um dia de parada para se evitar a estafa – e também de congraçamento e análise de rumos para o restante do ano.
O professor Salomão Becker sugeriu que o encontro se desse no dia de 15 de outubro, data em que, na sua cidade natal, professores e alunos traziam doces de casa para uma pequena confraternização. Com os professores Alfredo Gomes, Antônio Pereira e Claudino Busko, a idéia estava lançada, para depois crescer e implantar-se por todo o Brasil.
A celebração, que se mostrou um sucesso, espalhou-se pela cidade e pelo país nos anos seguintes, até ser oficializada nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal 52.682, de 14 de outubro de 1963. O Decreto definia a essência e razão do feriado: "Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias".

"Professor é o sal da terra e a luz do mundo.
Sem vós tudo seria baço, e a terra escura.
Professor, faz de tua cadeira a cátedra de um mestre.
Se souberes elevar teu magistério, ele te elevará à magnificência...
... Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina."


É sabido que em várias instituições, públicas e privadas já estão sendo exigidos Boletim Escolar para verificação das notas e então aqueles sujeitos com a história acadêmica que apresentam as notas mais altas durante a sua vida escolar são admitidos para integrar programas de primeiro emprego, ingresso no ensino técnico, etc.
Em resumo: buscam-se os MELHORES, os mais CAPAZES, os mais DEDICADOS, os mais COMPROMETIDOS. Mas o que a Escola e as notas tem a ver com isso? Tem tudo a ver !!
- Nivelando pela mediocridade:
A média estipulada no Ideb é 10, porém delimitou-se “ metas” , eu diria bem medíocres para serem atingidas, e assim de décimo em décimo a fila vai andando a passos de tartaruga com todos comemorando cada décimo atingido como sendo uma grande vitória.
O nivelamento é feito pela mediocridade e não pela excelência. E não pense que Escola Particular também não entra nessa. Muitas tem como média estipulada no Regimento Escolar a nota 5 para que não haja reprovações em massa no final do ano.
Quando alterei o Regimento para média 7 os pais acharam injusto da minha parte alegando que para o aluno atingir 7 seria muito difícil, então que a escola deixasse a nota 5 que ficaria mais fácil passar de ano. Retruquei dizendo que espera-se que o aluno de fato não atinja 7 e sim que alcance a nota 10, pois na vida ninguém quer uma pessoa que ficou na média de todo mundo. A vida precisa de gente que faça as coisas com excelência e não igual a todo mundo.
Mas o que é ficar na média, atingir a média, o que é a média? Segundo o Dicionário Michaelis:
média sf (fem de médio). 1 Valor médio. 2 Coisa ou quantidade que representa o meio entre muitas coisas. 3 Quantidade mínima de pontos ou valores que se deve alcançar em exame ou concurso para conseguir aprovação ou admissão.
mediano adj (lat medianu) 1 Colocado no meio, que está entre dois extremos; meão. 2 Nem muito excelente nem muito inferior; medíocre. 3 Regular. 4 Sofrível.
medíocre adj (lat mediocre) 1 Médio ou mediano. 2 Ordinário, sofrível, vulgar. sm 3 Aquele que tem pouco talento, pouco espírito, pouco merecimento. 4 Aquilo que tem pouco valor.
Observe os termos grifados (o grifo é meu e não do dicionário), pois quero chamar a sua atenção para a seguinte questão: Atingir a média é pouco, é ordinário, é ridículo. É o mesmo que dizer que de algo ensinado o sujeito aprendeu apenas a metade, ou uma parte. Ninguém quer um profissional que sabe só uma parte do que deve fazer, só um pedaço,pois ninguém contrata uma pessoa para fazer metade de uma coisa. Além do mais as excelentes oportunidades são para os Excelentes não para os medíocres.
Atingir a média em alguma coisa, diz muito acerca do espírito de uma pessoa. Da mesma forma que a nota máxima, ou a nota 10. Atingir mais exige MAIS, requer MAIS, é ter de extrapolar a mediocridade e atingir a excelência em algo. A maestria em algo só vem com dedicação, esforço e resiliência. Ser medíocre só precisa contentar-se em atingir a média e para tanto, basta fazer o mínimo, o pouco, o quase nada.
Aqui abro um parêntesis para compartilhar um pouco da minha experiência e vivência com crianças com deficiência intelectual e física. São crianças e jovens que se superam todos os dias, e fazem coisas que muitas vezes pessoas que não tem nenhum impedimento não fazem apenas porque tem preguiça. Ter o espírito de águia é bem diferente de ter o espírito de galinha.
Todas as crianças e jovens com algum tipo de deficiência tem espírito de águia enquanto grande parte dos jovens que frequentam o Fundamental e Ensino Médio de Escolas Públicas e Particulares, e as que prestaram o Ideb tem o espírito de galinha. O incrível de tudo é que quando esses jovens crescem querem ter as mesmas chances e privilégios daqueles que tem o espírito de águia.

Mas como sair da mediocridade e buscar a excelência?  Ou para melhor entendimento, como sair do 0 e chegar a 10? Como desenvolver espírito de águia nos nossos alunos ? Creio que o mais acertado é mostrar onde as águias vivem,o que elas conquistam e o que fizeram para chegar lá. Precisamos mostrar aos Alunos e Pais onde é esse “lá”. E agora vou descrever a bússola e o mapa para o “lá”.
A excelência é construída de muitas formas, e há vários caminhos para alcançá-la, todos envolvem perseverança, trabalho, comprometimento.
Na imagem ao lado você verá a Bússola que norteará esse caminho e envolve três personagems: O Professor, a Família, o Aluno. Cada qual tem a sua parcela de responsabilidade durante o processo. Esta bússola eu dei o nome de Aliança Nota10. Está no formado de um círculo e só poderá ser uma aliança se as 3 partes estiverem unidas, caso contrário, se alguém não se comprometer com a sua parte não haverá resultado satisfatório.

Como utilizar a Aliança Nota 10 nas Reuniões:
Fica muito mais fácil contestar quaisquer objeções quando temos os argumentos apropriados para refutar as colocações infundadas ou mal educadas. Para tanto é primordial que você coloque o quadro acima bem visível na sala de aula e trabalhe estas questões com os alunos, bem como com os Pais logo na primeira Reunião.
Deve pedir a assinatura com a concordância de todos os envolvidos, afinal este material torna-se um documento, um pacto entre as partes comprometendo-se a cumprí-lo.
Nas Reuniões Bimestrais quando você for questionada a respeito do porquê da nota vermelha no boletim, aponte o quadro e faça os Pais descreverem para você como ele cumpriu cada um dos itens referente a parte dele.
Depois descreva aos Pais como você cumpriu cada um dos itens referentes a sua parte tais como:
- Mostre quantas lições de casa você enviou
- Mostre quantas aulas você deu
- Mostre quantas explicações foram dadas
- Mostre quantos exercícios foram feitos na sala de aula
- Mostre quantas Leituras/Resumos foram solicitados
- Mostre quantos trabalhos foram pedidos
- Mostre quantos plantões de dúvidas você ofereceu
- Mostre quantos recados você enviou

Para mostrar a parte do aluno, previamente faça uma auto avaliação com os alunos na semana da Reunião de Pais, e então mostre aos Pais o que o aluno respondeu a respeito de si mesmo e inclua as seguintes observações:
- Informe quantas vezes você chamou a atenção dele para os estudos
- Informe quantas vezes ele participou das aulas
- Informe quantas vezes ele atrapalhou a aula
- Informe quantas vezes ele esqueceu de trazer os materiais para as aulas
- Informe quantas vezes ele não trouxe as tarefas prontas
- Informe quantas vezes ele entregou trabalhos fora do prazo
- Informe quantas vezes ele não entregou os trabalhos

É preciso sempre deixar claro que há três personagens envolvidos e que antes de ser emitido juízo de valor é necessário apurar quem não cumpriu o combinado.
No mapa, por motivos de espaço enumerei apenas os itens principais, os quais você pode acrescentar e expandir conforme os problemas enfrentados na sua sala de aula.

Conclusão:
A Aliança Nota 10 é apenas uma ferramenta que pode auxiliar os alunos e os Pais a compreenderem e comprometerem-se com a excelência do aprendizado e não com a mediocridade. É fato também que todo o contexto educacional sofrerá mudanças significativas quando as Escolas implementarem sistemas de gestão escolar que funcionem, adequarem os currículos para esta nova realidade global, remunerar e capacitar melhor os professores.
Enquanto estas mudanças não chegam vamos criando por nós mesmos novas estratégias educativas que assegurem a eficácia do trabalho em sala de aula. E na sua sala de aula tem mais gente com espírito de  “águia” ou de  ” galinha” ?


Por Rosly Brito.


Desce redondo ou desce redonda ?
1) Indaga um leitor qual a forma correta: "A cerveja que    desce redondo"; "A cerveja que desce redonda" ?
2) Veja-se, para fixar um primeiro conceito, o seguinte exemplo: "Ele trabalhou pesadamente". Nessa estrutura, ele é o sujeito, trabalhou é o verbo, e pesadamente é o adjunto adverbial (ou seja, a palavra indica uma circunstância referente ao verbo).
3) Desde o latim, porém, existe a possibilidade de diminuir esse advérbio (pesadamente) e pôr em seu lugar um vocábulo de forma adjetiva (pesado), o qual, então, em decorrência de sua função adverbial, fica invariável: I) "O juiz trabalhou pesado"; II) "A juíza trabalhou pesado"; III) "Os desembargadores trabalharam pesado"; IV) "As advogadas trabalharam pesado".
4) Uma análise não apenas gramatical, mas também semântica, da mencionada estrutura mostra com clareza a função adverbial (e não adjetiva) de pesado, que modifica trabalharam (um verbo), e não juiz (um substantivo). Em outras palavras, o sentido é trabalhar pesado, e não juiz pesado.
5) Para fixar um segundo conceito, tome-se um outro exemplo: "O trabalhador chegou cansado". Nessa estrutura, trabalhador é o sujeito, chegou é o verbo, e cansado é um predicativo do sujeito (refere-se ao sujeito).
6) Contrariamente ao advérbio da hipótese anterior (que é categoria gramatical invariável), tem-se, no caso, cansado, que é um real adjetivo e concorda com trabalhador, motivo por que é passível de flexão em gênero (masculino ou feminino) e número (singular ou plural): I) "O trabalhador chegou cansado"; II) "A trabalhadora chegou cansada"; III) "Os trabalhadores chegaram cansados"; IV) "As trabalhadoras chegaram cansadas".
7) Também aqui uma análise não apenas gramatical, mas também semântica, da estrutura analisada mostra com clareza a função adjetiva (e não adverbial) de cansado, que claramente modifica trabalhador (um substantivo), e não chegou (um verbo). O sentido, sem dúvida, é trabalhador cansado, e não chegou cansado.
8) Feitas essas distinções com os exemplos dados, observa-se que, em alguns casos, acaba surgindo a dúvida no relacionamento sintático entre as palavras ou expressões, e surge a indagação: um vocábulo com aparência adjetiva tem sempre função adjetiva, ou desempenha função adverbial?
9) Para responder a essa questão, veja-se exatamente o exemplo da consulta: "A cerveja que desce redondo". Quando se analisam as relações entre os vocábulos e expressões da frase, vê-se que se pode extrair duas conclusões: I) é possível pensar em redondo como o modo como desce a cerveja (e, então, redondo tem função adverbial e é invariável); II) também é possível em redondo como uma qualidade da cerveja, que, ao descer, continua redonda (e, assim, redondo tem função adjetiva, clara de um predicativo do sujeito, e, por conseguinte, é variável).
10) Feitas essas observações e ante o quadro que se formou e suas premissas, chega-se à conclusão de que ambos os exemplos são corretos: I) – "A cerveja que desce redondo"; II) – "A cerveja que desce redonda". No primeiro deles, embora com aparência adjetiva, redondo é um adjunto adverbial (e, assim, invariável); no segundo, redondo é um adjetivo com a função de predicativo do sujeito (e, portanto, variável).
fonte: http://www.migalhas.com.br/Gramatigalhas/10,MI80433,61044-Desce+redondo+ou+desce+redonda+

É muito comum logo após o término da prova, o aluno já ficar rodeando o Professor para saber que nota ele tirou na prova. Na cabeça desse aluno existe uma dicotomia que é preciso que o Professor compreenda.  Quando o aluno alcança nota 10 na prova, foi ele quem conquistou, no entanto quando ele tira uma nota vermelha foi o Professor que subtraiu a nota dele.
A nota em si, para muitos alunos,  é uma medida que apenas atesta a promoção no final do ano, tem apenas esta serventia. Serve para a Escola mudar ele de série, e serve para os Pais como uma confirmação de que podem comprar o presente dele, pois ele passou de ano.
Quando o aluno está com o boletim escolar cheio de notas baixas, a responsabilidade das mesmas é atribuída ao Professor, ou seja, as notas estão daquela forma porque o Professor “ deu” nota vermelha na prova, assim sendo, a fonte das notas vermelhas é uma só: o Professor.
Tanto os Pais quanto os Alunos precisam compreender que na vida os únicos responsáveis pelas nossas conquistas, nossas falhas e nossos erros, somos nós mesmos. Se um dia pedirem para eu cantar uma música, com certeza receberei nota zero, deverei culpar a letra da música? A pessoa que escreveu a letra? Ou deverei refletir, se antes de aceitar cantar a música, quais conhecimentos prévios deverei ter que possibilitarão que eu seja bem sucedida nesta tarefa? O que precisarei? Aulas de canto? Durante quanto tempo? E por aí vai.
Na Prova de Física, Matemática, Língua Portuguesa, ou outra disciplina, segue o mesmo princípio, durante certo período de tempo o aluno estará em contato com novos aprendizados, situações problema, estudos de caso e então no momento da prova deverá demonstrar até onde compreendeu esses novos conceitos e como interage com eles em novas situações. O Professor quer saber qual é o grau e profundidade de competência  que o aluno adquiriu naquele novo aprendizado e qual a sua performance.
Assim, se eventualmente ocorrer a nota vermelha, esta não está medindo quem elaborou a prova, também não está medindo a prova em si, não mede a escola, e não mede o livro didático. A prova tenta medir unicamente o quanto o Aluno aprendeu e como ele performa em uma dada situação.
O que a Indisciplina tem a ver com isso?
Quando ministramos uma aula nosso objetivo é que os alunos fiquem focados na tarefa, porém o que ocorre  é que eles estão focado em outras coisas, outras “ tarefas”.
Você tem de admitir: conversar é uma tarefa, provocar o colega também é uma “ tarefa” o qual muitos alunos se aplicam em desempenhar.  Essas tarefas porém contribuem para o aparecimento da indisciplina na sala de aula e desestabilizam o ambiente. O aluno que ocupa-se com este tipo de “ tarefa” desperdiça o tempo e sem se dar conta, subtrai de si mesmo o aprendizado que poderia ter e consequentemente a própria nota.
Então chega o dia de informar as notas, e muitos alunos e pais não se conformam com os resultados. Querem explicações do Professor. Exigem reunião de última hora, apontam o dedo na cara, ameaçam , vociferam, querem justificativas, querem que a nota seja alterada.
Pois bem, está na hora de inverter esta situação ! De hoje em diante quando Pais ou Alunos chegarem até você exigindo explicações de notas vermelhas faça as seguintes perguntas para eles:

- O que faz um aluno tirar 10 ?

- Então seria verdadeiro afirmar que fazer o oposto disso faria o aluno   tirar nota vermelha ?

- Enumere para a mãe  um conjunto de situações negativas, selecione aquelas em que o filho dela se enquadra, por exemplo: conversar demais, não trazer lições, não trazer os materiais para as aulas, desrespeitar Professor e colegas, etc, etc, e peça para ela dizer se cada uma daquelas situações ajudam o aluno a alcançar nota azul ou nota vermelha ?

- Faça  o aluno previamente preencher esses mesmos itens em formato de auto avaliação e entregue para a mãe quando a mesma vier pedir explicações
 - Entregue a Ficha de Auto Avaliação do Aluno e diga: Pedi as mesmas explicações para seu filho, espero que ele lhe responda porque tratou com tanto descaso o meu trabalho, fez tão pouco por si mesmo, e ainda submeteu a senhora a esta situação.

A criança tímida pode ser tudo, menos um problema de indisciplina. Na verdade, ela é exatamente o oposto. Enquanto muitos de seus colegas trabalham duro para conseguir atenção, às vezes de forma turbulenta, a criança tímida batalha igualmente, no sentido de evitar o tumulto ou a bagunça. Temerosos de chamar a atenção para si mesmas, elas preferem se misturar com o grupo.
Mais espectador que participante, ela tende a sair de cena ao invés de encarar um confronto. Uma criança tímida pode ser mal interpretada pelos colegas, que geralmente a vê como hostil e conclui que ela não quer brincar ou relacionar-se com eles.
Na realidade, a criança tímida geralmente quer se envolver com seus colegas, mas não sabe como começar ou manter uma conversação.
Os professores também podem interpretar mal a criança tímida, confundindo sua relutância em interagir com o grupo como uma escolha. Os professores podem concluir que uma criança tímida é academicamente lenta, ou ainda que, por serem bem comportadas precisam de pouca atenção.
Embora seja verdade que uma criança tímida, muitas vezes seja um aluno aplicado, esta criança ou jovem frequentemente precisa de atenção do professor para estimulá-la e dar-lhe a confiança para amadurecer em seus relacionamentos.
O fato é que muitas vezes apenas nos concentramos naqueles que nos dão trabalho e trazem problemas, e negligenciamos os demais que estão quietinhos, sem darmos conta de que esses alunos estão enfrentando sérios problemas ligados a relacionamento e auto estima.
O que o Professor pode fazer:
Colocar o aluno tímido perto da mesa do Professor, pois isso permitirá que o aluno possa falar com mais facilidade sem preocupar-se com os demais colegas que estão atrás dele.
Coloque o aluno tímido ao lado de outro colega tímido, pois facilitará a ambos iniciar uma amizade e a interação.
Estabeleça constante contato com o aluno tímido. Quanto mais você for bem sucedido no desenvolvimento de uma relação de confiança com o aluno mais provável será que ele desenvolva a confiança necessária para relacionar-se com os seus pares. Tente encontrar tempo para fazer algumas atividades que a criança goste.
Fale reservadamente com o aluno tímido. Crianças tímidas precisam de prática em conversar com as pessoas. Mesmo pequenas conversas semanais acerca dos seus interesses os auxiliam a desenvolver habilidades sociais em uma zona de conforto segura.
Ensine sobre interação social. O ponto fraco das crianças tímidas é justamente a péssima interação social. Eles não sabem o que dizer, como se aproximar, como devem se portar, sobre o que e como devem falar sem parecerem ridículos . Assim, é preciso que eles sejam ensinados a praticarem pequenos gestos que os ajudem a desinibir e fazê-los sentirem-se seguros na presença de outras pessoas tais como: olhe sempre para o rosto da pessoa que estiver conversando, sempre sorria, ofereça ajuda, agradeça, faça elogios, não tema aproximar-se.
Fazendo Amigos. A falta de traquejo social faz com que os alunos tímidos tenham poucos ou nenhum amigo, por esta razão estão sempre isolados e são sempre vistos sozinhos. Esses alunos querem se envolver com os demais colegas, mas preferem isolar-se e preservarem-se de serem ridicularizadas pois assim é menos doloroso.
Se você tem alunos nesta condição está na hora de começar a dar uma mãozinha e promover a interação entre os alunos para que as famosas “ panelinhas” sejam quebradas e todos tenham chances iguais de se conhecerem e se relacionarem. Organize os grupos de forma que esses alunos possam interagir com outros colegas que tenham os mesmos interesses. Agrupe pares, com um aluno tímido e um mais descolado para desenvolver atividades mais divertidas, assim o tímido tem a chance de ser auxiliado pelo parceiro e vice versa. Atividades assim reforçam a cumplicidade e companheirismo.
Dando um empurrão extra. É fato que crescemos quando somos desafiados a sair da nossa zona de conforto. Assim, será necessário uma vez ou outra, submeter esses alunos a situações com certo limite de desconforto e ansiedade. Alunos tímidos não gostam de realizar apresentações em público porque não se sentem confortáveis em falar para uma platéia, no entanto depois que você tiver desenvolvido todas as dicas acima, é o momento de começar a propor desafios deste tipo. Afinal, o propósito é ajudar essas crianças a superarem a barreira do medo e da insegurança.
Quando os Amigos isolam o colega que é tímido:
Todas as crianças precisam de uma conexão com seus pares. Para aqueles que estão à margem da sociedade, a escola traz amargas lembranças de um período em que foram rejeitados e sofreram isolamento social .
Você já teve dificuldade em encontrar um parceiro para um trabalho em grupo? Nunca era escolhido para uma brincadeira ou um jogo? Tinha apenas alguns poucos colegas para brincar no intervalo? Costumava tomar o lanche sozinho ?
Além do efeito que tal isolamento tem sobre a auto-estima da criança, ele também pode ter um impacto significativo sobre a sua adaptação escolar.
A criança que fica isolada tem negada, não apenas, as oportunidades de aprender as habilidades necessárias para desenvolver e manter amizades, bem como, tem o seu desempenho escolar afetado, já que sua saúde emocional fica comprometida. Não é de surpreender que as crianças que se sentem isoladas de seus pares tendem a ter cada vez mais problemas sociais e acadêmicos à medida que envelhecem.
O que o Professor pode fazer:
Procure saber porque a criança está isolada. Encontre tempo para observar o aluno em diferentes contextos, como no horário do lanche, na entrada, na saída, na quadra, no pátio, corredores, etc. Converse com os pais da criança e professores do ano anterior. A informação que você recebe pode ajudá-lo a determinar se as dificuldades do aluno estão relacionadas a questões de timidez, prepotência, agressividade, aparência, higiene. Você não faz idéia de como as crianças e jovens podem ser cruéis e isolar um colega por motivos banais e até mesmo inexplicáveis.
Crie intervenções junto aos Colegas.
o Ofereça atividades para integração de todos os alunos
o Crie projetos onde seja trabalhado a cooperação
o Levante os pontos fortes, talentos e habilidades de todos os alunos e faça-os compartilhar, assim todos verão uns aos outros sob outra perspectiva
Crie intervenções junto ao Aluno.
o Converse com o aluno e ofereça ajuda
o Peça para o aluno listar os pontos fortes
o Listar as situações em que utilizou os pontos fortes
o Peça para o aluno listar os pontos fracos
o Peça para o aluno listar os problemas que está enfrentando devido a isso
o Peça para o aluno listar que tipo de ajuda gostaria de receber
o Dê orientações, dicas, sugestões
Crie intervenções junto aos Pais. Encoraje os pais dos alunos tímidos para estimular e ajudar a nutrir os relacionamentos do filho com os colegas. Você pode sugerir aos pais que abram o lar para receber os colegas do filho. Dê-lhes idéias de como estruturar essas visitas, inclusive convidando apenas uma criança de cada vez e proporcionando uma atividade atraente para a primeira visita. Exemplo: Passar um final de semana, ir assistir um vídeo (sessão Pipoca), Fazer uma Noite do Pijama (para as meninas). Depois essas visitas podem serem transformadas em Passeios, Festas, Viagens.
Alunos quietinhos não dão problemas, então porque ater-se tanto a eles? Por não causarem transtornos, ou nunca estarem envolvidos em questões de indisciplina esses alunos são comumente invisíveis aos nossos olhos, mas são esses alunos que tornam-se desajustados socialmente.
Alerto que estas situações de isolamento levam várias crianças e jovens a desgostarem de si mesmas ou da vida, encaminhando-as a praticarem a auto mutilação e até mesmo a cometerem o suicídio. Por isso fique atenta aos sinais de ferimentos nos braços, pulsos e pescoço.

Aquele aluno que sempre faz ou diz algo que chama a atenção para si mesmo. Determinado a ser o centro das atenções, ele persiste com suas piadas ou respostas inteligentes até que finalmente recebe a atenção que deseja. Em situações extremas, o seu comportamento acaba incentivando outros alunos a seguir seu exemplo e se envolverem em brincadeiras .
Embora outras crianças pensem que o palhaço da turma é engraçado – e sua reação a ele muitas vezes reforça o seu comportamento – o professor raramente vê esta situação como uma coisa engraçada. Isso porque as palhaçadas muitas vezes interrompem a aula e interferem com as lições. O palhaço da turma é perito em chamar a atenção dos outros alunos impedindo a concentração nas atividades escolares. No processo, ele muitas vezes não consegue fazer as suas próprias tarefas pois utiliza o tempo para divertir a turma.
Repreensões muitas vezes têm pouco impacto sobre o palhaço da turma. Com efeito, ele pode até desfrutar da atenção, mesmo que seja sob a forma de um comentário negativo. Embora possa ser possível ignorar algumas de suas travessuras menos perturbadoras, o Professor precisará ser mais ágil e estar atento quando observar que os gracejos do palhaço está desviando a atenção dos outros alunos.
O QUE VOCÊ PODE FAZER
Ter uma conversa cara-a-cara com o aluno. Levar o aluno de lado e perguntar por que ele está agindo desta forma. Faça isso de uma maneira calma, emocionalmente neutra – sem raiva ou sarcasmo – para que ele sinta-se confortável falando com você. Deixe os comentários dele orientar a sua resposta, o que pode incluir um simples apelo, da sua parte, para que ele coopere com você, ajudando o aluno a entender que seu comportamento interfere com o andamento da sala de aula e com o aprendizado dos alunos. Deixe-o saber que há um tempo e lugar para palhaçadas e suas aulas não são nem o tempo nem o lugar.
Desenvolver um sinal não-verbal para alertar o aluno quando o seu comportamento cruzar a linha do aceitável. O aluno pode precisar de sua orientação – talvez um sinal não-verbal simples – para desenvolver o autocontrole e aprender quando parar. Fale com ele em particular e decida sobre um sinal que será dado quando você observar que ele vai aprontar. Algumas possibilidades incluem uma pausa enquanto estiver falando, levantar as sobrancelhas, menear a cabeça. Talvez, ainda, seja necessário dizer o nome dele para chamar sua atenção antes de sinalizar a ele, entretanto não pare a aula para a repreendê-lo. A idéia é fornecer um lembrete sem interromper o fluxo de sua lição.
Afaste o público do palhaço – O palhaço da turma, sentir-se-á muito seguro se tiver outros alunos dando-lhe atenção. Você pode reduzir o impacto das palhaçadas se conversar e conscientizar a turma das consequências que essas interrupções estão acarretando para o aprendizado deles. Encontre um momento em que o aluno esteja fora da sala e converse brevemente com a turma, pedindo-lhes a cooperação para não corresponderem às brincadeiras, gracejos e palhaçadas. Se os alunos cooperam, certifique-se de fazer o mesmo e seguir em frente com as lições e atividades do dia.
Fique perto do aluno. Se você já observa que o aluno que faz as palhaçadas está fazendo mençao de levantar-se para fazer algo, procure deslocoar-se em sua direção. Não pare sua aula, se estiver explicando algo, continue, porém, dirija-se até o aluno mantendo contato visual com ele por um minuto ou dois. Sua presença, provavelmente, será suficiente para acalmá-lo e dissuadí-lo. Em geral, deslocar-se de forma imprevisível é uma excelente tática para ser utilizada durante as aulas.
Proporcione ao aluno atenção positiva. Se você concluir que o comportamento do aluno que faz as palhaçadas é destinado a obter a sua atenção ou dos colegas, procure oportunidades para prestar atenção quando ele exibe um comportamento positivo ou apresenta bom desempenho em suas tarefas. Assim, você encontra outras maneiras de destacar suas realizações para a turma, focando a atenção para comportamentos positivos, isso pode contribuir para que o aluno fique menos compelido a utilizar de táticas inadequadas para chamar a atenção de forma incorreta.
Identificar os momentos das palhaçadas. Observe as circunstâncias do comportamento dos alunos. Preste atenção ao que acontece antes e depois dos incidentes, quando estes geralmente ocorrem, e onde os alunos estão. Você pode observar que suas travessuras são piores em determinados momentos do dia – durante uma aula em particular, no dia que antecede as provas, ou nos períodos de apresentação de seminários, por exemplo. Reconhecer quando esse aluno está fazendo as palhaçadas pode levar você a entender por que ele está fazendo isso. Ele poderia estar atuando porque acha que as atividades são chatas, tediosas ou ainda difíceis.Ele pode sentir-se confuso sobre o que fazer, ou porque tem dificuldade de se concentrar por um período de tempo. Identificar a razão para esse comportamento poderia sugerir a necessidade de ajustar o nível de desafio das atividades, a duração ou o modo de apresentar as lições.
Palco Dirigido – As palhaçadas só são negativas quando atrapalham a aula e provocam situações de indisciplina e desordem, e isso ocorre quando o aluno palhaço está no controle. Porém há uma outra maneira do Professor assumir esta posição: assumindo o controle de quando ocorrerão os momentos de “ palco” , ou seja, aqueles momentos onde serão permitidos mais livremente, as brincadeiras e colocações humorísticas. Para isso o Professor deve selecionar atividades em que os alunos, e neste caso, todos os alunos, terão o seu momento de exibição e expressão e isso é possível em qualquer disciplina e com qualquer conteúdo.
Considere aplicar as conseqüências. Se o problema persistir, dar ao estudante um aviso e, em seguida, fornecer uma conseqüência. Algumas medidas disciplinares possíveis incluem perder parte do intervalo , perder um privilégio ou desenvolver algum serviço voluntário dentro da Escola, tudo previamente definido com Coordenação/Direção e notifcado aos Pais e Alunos no início do ano.

Por Rosely Brito

Um dos grandes fatores que contribuem para a indisciplina na sala de aula é o fato de que muitos alunos não compreendem determinado conteúdo e por esta razão passam a não gostar daquela disciplina. Infelizmente é o caso das disciplinas de Matemática, Física, Química e Biologia, as quais ouvimos mais queixas por parte dos alunos.
Você já deve ter se perguntado como fazer os alunos ” gostarem” ou participarem mais da sua disciplina. Esta é uma pergunta que milhares de Professores estão fazendo no mundo inteiro, pois a queixa é geral.
Os alunos também estão em busca de alternativas, tanto é que uma garotinha de 8 anos , que estava enfrentando dificuldades na escola, pediu ajuda ao seu tio que morava em outra cidade. Para ajudá-la ele criou explicações de vários assuntos em forma de vídeo e postou no Youtube. Logo, esses pequenos videos foram compartilhados e hoje já somam mais de 2.800.
Milhões de pessoas estão sendo auxiliadas por este Professor, o nome dele? é Salman Khan. Mas o que torna os vídeos do Professor Khan diferente ? porque sua metodologia conquistou adultos e crianças ?
Segundo a Revista Veja de 1o. de fevereiro de 2012, o método do Professor Khan reúne os seguintes princípios:
- Simplicidade: as questões mais complexas e abstratas tornam-se compreensíveis porque são traduzidas por desenhos e gráficos,
- Exemplos: são utilizados elementos de comparação da vida real das pessoas para facilitar a compreensão dos conceitos
- Concisão: a explicação de um assunto é feita no tempo “real” necessário para sua compreensão,
- Avanço seguro: o conhecimento é construído de forma cumulativa sequencial
- Exercícios: a resolução exaustiva de problemas é utilizada para a aprendizagem da matemática
- Desigualdade: o ritmo de aprendizagem de cada aluno é respeitado
- Meritocracia: um prêmio é dado a cada aluno na medida em que seu esforço e talento são reconhecidos.


Vamos lá.....

Educar  nos dias de hoje, não é o mesmo que educar há 40 anos atrás. A sociedade mudou  e as famílias também mudaram.  Tudo a nossa volta mostra-se com limites muito mais flexíveis e frouxos.  Assim temos hoje, a  indisciplina generalizada  e autorizada pelos  meios de comunicação, pela nossa cultura e pelas famílias.  Nós, os Educadores somos os únicos que ainda defendem os valores de 40 anos atrás.
Talvez sejamos um dos poucos segmentos, no planeta inteiro, que preza, ensina e cobra nas crianças e nos jovens, atitudes  pautadas  em princípios, valores e firmeza de caráter.
Seríamos nós ,  seres tão “jurássicos” e ultrapassados a ponto de sermos um dos poucos que rema e caminha contrário a essa crescente corrente de  corrupção, indisciplina, falta de moral, de princípios e  caráter ?
Somos aqueles que apontam, ensinam, corrigem, cobram , porém ao apontarmos estamos expondo a negligência e incompetência das famílias na correta educação dos filhos, negligência esta que tem um preço alto, e quem paga é a sociedade e todos aqueles que  nela vivem ou viverão.
Enquanto isso chegam nas nossas salas de aula, diariamente, crianças e jovens com seus fones de ouvido, seus celulares, seus comportamentos debochados e indisciplinados,  seu linguajar rude e desrespeitoso, que sentem-se autorizados, pela família (que não lhes deu a devida educação) e muitas vezes também pela Escola (quando não dispõem de mecanismos de gerenciamento efetivo dos espaços e na criação de normas disciplinares padronizadas para todos os professores) e dos Gestores (que  em muitos casos não oferecem o apoio e o respaldo que o professor precisa para que seja aplicada a devida correção).
O vilão da estória, causador de todas estas situações ?  é o Professor ! afinal é ele  que vive “pegando no pé” dos alunos, é ele que vive reclamando da indisciplina, é ele que sempre vem com aquela mesma “lenga-lenga” de que o aluno tem de desligar o celular, guardar o fone de ouvido, fazer a lição, fazer silêncio.
O resultado dessa negligência moral e da indisciplina autorizada é que o discurso do Professor, fica perdido, sufocado em um emaranhado  de percepções e valores controversos. As próprias famílias ensinam e estimulam que os filhos revidem e não levem “desaforos para casa”, os filhos por sua vez convivem com pais que gritam, se agridem física e verbalmente e  não são bons exemplos de conduta.
Assim fica fácil encontrar  o vilão , pois o único que destoa de tudo isso é  o Professor, e como tal  precisa ser visto como vilão da estória,  pois só assim todos os demais envolvidos se eximem da culpa e da responsabilidade por estarem negligenciando com seus deveres.
Os pais precisam culpar alguém pelo fracasso dos filhos, os alunos precisam achar um “Judas para malhar “ e alguns Gestores precisam de um bode  expiatório  para levar a culpa.
Será que esse papel  é  meu ?
Diz o ditado popular “ a voz do povo é a voz de Deus”, ditado esse que discordo veementemente.  Muitas vezes as pessoas se juntam, e se apoiam dentro de um único ponto de vista pois unidos em um grupo acreditam que suas atitudes são legitimadas.
Por esta razão não se engane em acreditar que você é o vilão da estória, só porque as famílias ou os alunos  precisam de um bode expiatório . Não caia no grupo da autocomiseração, nada de sentir “dodói”, querer abandonar a profissão, jogar tudo para o alto alegando que não vale a pena. Já dizia Fernando Pessoa: “tudo vale a pena se a alma não é pequena”.
Ao entrar em uma sala de aula, não devemos fazê-lo de forma ingênua ou despreparada. Não estamos lá apenas para dar aulas, ou cumprir o livro didático. É preciso que fique claro qual o seu real papel dentro do grande contexto que é educar.
O  que pode ser feito ?
Existem  algumas  maneiras de lidar com a indisciplina dentro da Escola:
1) tratar com indiferença e fazer de conta que não se importa e deixar “rolar”
2) obrigar os pais e alunos,  por meios legais ou com  medidas enérgicas e ameaças a tomar providências
3) não fazer nada e esperar outros  tomarem atitude 
4) mudar de  profissão devido ao esgotamento nervoso
5) criar estratégias para minimizar, contornar ou corrigir uma situação.


Rosely Brito

Educação tem de vir do berço e cabe a família responsabilizar-se por isso ! Se cada família praticasse esta máxima: Educar os filhos dentro de princípios morais e boas maneiras, com certeza não teríamos Professores frustrados e exauridos devido a falta de educação de muitas crianças e jovens.
Todos os dias em milhares de salas de aula espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, crianças e jovens chegam ao ápice da malcriação destilando todo tipo de impropérios nas dependências da Escola e fora dela,  comunicando-se uns com os outros  aos berros de forma rude e irônica, tratando mal os colegas, Professores e demais Funcionários da Escola.
O ano começa, e é preciso deixar claro, para a Família e para o Aluno,  que o Professor não vai tolerar este tipo de comportamento. Mas para posicionar-se frente a esta questão, é preciso que o Professor saiba exatamente o que deve ser cobrado da Família e do Aluno no que refere-se a educação familiar e boas maneiras de convivência em grupo.
Tanto nas séries iniciais quanto nas Finais tratar de questões relacionadas a boas maneiras é um assunto delicado, pois perpassa na negligência do adulto, que neste caso é o Pai e a Mãe, que se omitem em ensinar o básico aos seus filhos, pois acreditam piamente que  cabe ao Professor dar esta educação também.
Ninguém quer um vizinho mal educado, ninguém contrata ou mantém um funcionário  ignorante no trato das pessoas, uma mulher não deseja casar-se com um homem rude e desprovido de tato e educação. Um Professor também não quer uma criança ou jovem desrespeitoso, mal educado e mentiroso como aluno.
É de conhecimento de todos os  Professores que devido ao fato da criança ou jovem chegar na Escola sem o mínimo de educação familiar, ocorrem uma série de problemas que desencadeiam a indisciplina e tumultuam o andamento das atividades na sala de aula, e que por esta razão, muitas vezes, inviabiliza que o aprendizado ocorra de maneira satisfatória.
Sob este ponto de vista seria apropriado dizer que, neste caso, os Pais são responsáveis pela  indisciplina e falta de educação dos filhos e portanto, devem ser responsabilizados por isso.
Reflita comigo, se as crianças e jovens chegassem com mínimo de educação trazida de casa, dada pelos Pais, boa parte dos problemas de indisciplina dentro da sala de aula estariam resolvidos. Esse mínimo de educação envolveria que o aluno soubesse seis questões básicas:
6 Princípios Básicos de Boas Maneiras que todos devem trazer do Lar:
1) Peça “Por Favor” , diga “Obrigado”, “Com licença “ e mantenha  sempre o controle emocional
2) Fale educadamente, sem usar gírias, palavrões, ou expressões de baixo calão
3) Trate com respeito todos a sua volta e jamais fale de alguém pelas costas
4) Jamais use de intimidação verbal ou física para conseguir o que deseja
5) Seja íntegro: sustente o que você diz e faz e enfrente sempre as conseqüências dos seus erros
6) Jamais use de mentiras, enganação e falsas acusações
Como acionar os Pais:
Todos os anos é quase impossível fazer com que, justamente os Pais dos alunos que mais dão problema, compareçam na Escola, porém aqui vão algumas sugestões para você já implementar no início do ano.
1)     Crie um novo Cartaz com esses 6 itens e acrescente  outros mais que você julgar necessários e que melhor se ajustem a sua situação e necessidade
2)     Afixe o Cartaz criado na sua sala de aula e  nos corredores
3)     Para a primeira Reunião de Pais prepare:
. Cartaz para ser entregue aos Pais
. Termo de Responsabilidade  do Comportamento e Disciplina do filho, pode ser usado como sugestão,o seguinte cabeçalho extraído do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente):
“ART. 4° – É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.  (ECA)
Art. 129. São medidas aplicáveis aos pais ou responsável (no caso de negligência com relação a criança e ao adolescente):
I – encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família;
II – inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos;
III – encaminhamento a tratamento psicológico ou psiquiátrico;
IV – encaminhamento a cursos ou programas de orientação;
V – obrigação de matricular o filho ou pupilo e acompanhar sua freqüência e    aproveitamento escolar;
VI – obrigação de encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado;
VII – advertência;
VIII – perda da guarda;
IX – destituição da tutela;
X – suspensão ou destituição do pátrio poder
No Termo de Responsabilidade coloque também o nome de todos os alunos e ao lado deixe uma linha em branco, assim, após conversar com todos os Pais, eles devem assinar o Termo, dando ciência do que foi exposto.
4) Diálogo Amistoso: Na Reunião é preciso que seja debatido e esclarecido que cabe aos pais criar, educar e assistir seus filhos pois o cumprimento desses deveres leva a um desenvolvimento emocional, psicológico e social sadios dos filhos por meio da paternidade responsável.
É dever dos pais transmitir valores éticos e morais a seus filhos, através de ensinamentos e exemplos de vida, de forma a contribuir de maneira positiva no seu desenvolvimento e na formação de seu caráter e caso isso não esteja sendo feito devidamente, é preciso que eles saibam que serão responsabilizados civilmente.
5. Conselho Tutelar: Nesta reunião o Conselho Tutelar pode ser convidado debater em maior profundidade as responsabilidades das famílias em relação aos filhos. O Conselho Tutelar também deverá ser acionado caso a Escola constate negligência, por parte da família, em relação a educação dos filhos.
Diz o ditado popular ” Educação é bom e eu gosto” , complemento dizendo que  todos os Professores  também gosta, e agradecem !

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Bibliografia para consulta:
BRASIL. (Constituição 88). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília,Distrito Federal: Senado,1988.
BRASIL. Ministério da Saúde. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº 8.069, promulgada em 13 de julho de 1990. Brasília, 1990.
OLIVEIRA, José Sebastião. Fundamentos Constitucionais do Direito de Família. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002


Rosely Brito

Início do ano, turma nova, Escola nova, enfim, como começar o trabalho com os alunos?
Nem pense em iniciar o trabalho pedagógico partindo da premissa do que você ACHA que os alunos já sabem. É preciso investigar, avaliar, levantar o que de fato a turma já sabe e o que ainda ela não sabe.
O instrumento para fazer isso é realizar a Avaliação Diagnóstica, que tem o objetivo de verificar a presença e a ausência dos pré-requisitos de aprendizagem adquiridos, ou não, na série anterior.
Não há um modelo de Avaliação Diagnóstica, cada Professor, conforme sua disciplina e os pré-requisitos que precisam ser trazidos da série anterior, é quem elabora atividades que levantem o que o aluno sabe e o que ele ainda não aprendeu.
1) Quando e porquê realizar a Avaliação diagnóstica:
.    Realizada no início do curso, período letivo ou unidade de ensino
.    Tem a intenção de constatar se os alunos apresentam ou não domínio dos pré-requisitos necessários (conhecimentos e habilidades) para novas aprendizagens, caracterização de eventuais problemas de aprendizagem e suas possíveis causas (cognitivo)
.    Função: diagnosticar
.    Serve para identificar alunos apáticos, distraídos, desmotivados (comportamentos)
De posse dos resultados da avaliação diagnóstica será possível o Professor ajudar os alunos das seguintes formas:
.    Estimular o relacionamento entre os alunos, através de jogos e atividades dinâmicas
.    Criar intervenções pedagógicas específicas que auxiliem o aluno a superar dificuldades
.    Criar Rotinas  que reforcem o comportamento positivo dos alunos
.    Realizar mudanças no ambiente da sala de aula que favoreça o aprendizado
.   Adotar novas práticas de ensino que estimulem a participação da turma
2) O QUE AVALIAR: Levantar Pré-Requisitos da série anterior
Muitos Professores sempre mandam email pedindo modelos prontos de avaliação diagnóstica. Creio que isso deve-se ao fato de que, para o Professor, não há a clareza do que ele deve levantar neste tipo de avaliação.
Quando você conhece o que deve diagnosticar, basta você criar atividades pertinentes a sua disciplina, e isso é algo que você já está acostumado a fazer quando elabora as tarefas, as provas, as dinâmicas, os textos, os vídeos, enfim, quando você elabora a sua aula.
Você precisa ter claro que deve verificar os objetivos e metas a serem atingidos na série atual, e levantar quais são os pré-requisitos que o aluno já deve ter adquirido na série anterior.
Por motivos óbvios, não é possível fazer neste artigo, um detalhamento de todos os pré-requisitos para todas as disciplinas e séries, porém a título de ilustração, tomarei como exemplo um aluno que ingressa no 6º. Ano, e que o Professor de Matemática precisa levantar se este aluno traz os pré-requisitos necessários para cursar o 6º. Ano e atingir os objetivos estabelecidos para esta série.
- Situação :  O  Aluno está matriculado no 6º. Ano (verificar quais são os objetivos desta série no que refere-se  à   Matemática).
- Levantar quais são os pré-requisitos que esse aluno deve ter , em Matemática, ao chegar no 6º. Ano
- Exemplos de pré-requisitos que o aluno já deve trazer do 5º. Ano em Matemática:
. Operações Fundamentais
- adição, subtração, multiplicação e divisão
- algoritmos das operações fundamentais
- utilização das operações fundamentais como ferramenta para a resolução de  problematizações
- cálculo mental
. Frações
- conceito e representações
- leitura e escrita
- comparação de frações
- frações discretas e contínuas
- cálculo de fração de quantidade
- frações equivalentes
- simplificação
- operações com frações
- resolução de problemas envolvendo frações
. Porcentagem e Gráficos:
- conceito de porcentagem a partir das frações decimais
- cálculo de porcentagem através de frações equivalentes
- resolução de problemas envolvendo cálculos de porcentagem
- desenvolvimento de procedimentos e estratégias para coleta de dados e informações em pesquisa de diversas naturezas
- construção de procedimentos de apresentação de dados coletados
- construção, leitura e interpretação de diferentes tipos de representações gráficas (barra, linha, setores)
. Geometria: Medidas, Formas e Construções Geométicas
- conceitos: ponto, linha, superfície, vértice, aresta, ângulo
- linguagem geométrica
- polígonos
- triângulos e quadrilátero
- propriedades dos triângulos
- conceitos: escalas e simetria
- construções geométricas com o auxílio do compasso e do transferidor
- ampliação e redução de figuras
- sólidos geométricos
3) Como Avaliar: Instrumentos de avaliação
Existem diversos recursos  e práticas de ensino disponíveis que podem ser utilizados no momento da avaliação diagnóstica. Idealmente, selecione mais de um dos instrumentos abaixo :
.      Pré-teste;
.      Auto-avaliação;
.      Observação;
.      Relatório;
.      Prova;
.      Questionário;
.      Acompanhamento;
.     Discussão em grupo;
.     Estudos de caso (análise de estudos de casos com o objetivo de identificar como o aluno  responde à avaliação);
.     Fichas de avaliação de problemas (trabalhar com modelos de fichas de avaliação), etc.
A utilização dos instrumentos deve ser adequada ao contexto em que o professor se encontra. Por exemplo, aulas com muitos alunos inviabilizam a avaliação por observação ou  acompanhamento, enquanto que disciplinas práticas possibilitam esses instrumentos de avaliação.
Não se surpreenda se, ao analisar os resultados levantados na Avaliação Diagnóstica você tenha de fazer ajustes no Planejamento. Afinal, quando o Planejamento é criado, o aluno ainda não foi avaliado, e portanto, o Planejamento é elaborado com base em um aluno “ideal”, e portanto, é um Planejamento longe da realidade dos alunos, pois o Professor o elabora baseado em  suposições e não em dados reais.
O fato é que, quando as aulas começam a situação mostra-se outra: alunos  com defasagens de aprendizado, com dificuldades em determinados conteúdos, e sem os pré-requisitos necessários para cursar aquela série.
E antes que você reclame que realizar a Avaliação Diagnóstica é uma “perda” de tempo porque você tem que “dar conta” do Planejamento até o final do ano, já lhe aviso: o objetivo maior que você deve cumprir é  criar todas as condições para que todos os alunos adquiram as competências necessárias de aprendizado e não apenas para cumprir o Planejamento.
Por isso mãos à obra: comece o planejamento pela Avaliação Diagnóstica. Já diz o ditado “ Se você falha em não planejar, você com certeza, já planeja falhar”.  Aguardo seus comentários no blog.

Rosely Brito