MESTRE

O blog do Professor Reizinho

BEM-VINDO AO BLOG DO PROFESSOR REIZINHO

Os Professores que me perdoem, mas hoje, este artigo é estritamente direcionado às Professoras, que em sua grande maioria já são Mães, muitas vezes fazem o papel de Mãe na Escola e são, equivocadamente,  confundidas com Tias.
Não é de se estranhar que na profissão de Professor as mulheres compõem 81,5% do total de professores da Educação Básica do País. Em todos os níveis de ensino dessa etapa, com exceção da Educação Profissional, elas são maioria lecionando.  No final de 2010 existiam quase 2 milhões de professores, e dentre eles, mais de 1,6 milhão eram mulheres.

Conforme estudos sociológicos, a nossa sociedade associa a profissão de professor melhor adequada ao perfil das mulheres, pois conforme esses estudos, a mulher tem o perfil de ser mais atenciosa, delicada, meiga, paciente,etc. O mais interessante é que devido a este tipo de visão todos esses atributos estão também associados aos de uma mãe. No entanto para ser mãe, até a presente data, não precisa de nenhum tipo de qualificação e/ou formação acadêmica para o desempenho desta tarefa. Já para atuar como Professor, é necessário muito estudo, preparo e profissionalismo.

Mas qual o impacto que esta visão distorcida da realidade, acarreta no desempenho das Professoras ?  Afinal, se os alunos e os pais esperam que a Professora aja como uma mãe, você há de concordar que o papel da professora está totalmente desvirtuado, e o que é pior: é desconhecido pelos pais e pelos próprios alunos.

Os pais que esperam que a Professora dê a educação que os pais não estão oferecendo nem cobrando dentro de casa, tratam a Professora com descaso, desrespeito e a profissão como algo de menor valia. Afinal o próprio filho trata os pais desta forma.

O que esperar então dos alunos dentro da sala de aula ? Se eles não obedecem os próprios pais porque obedeceriam e respeitariam a Professora ? Afinal, a Professora só sabe falar…falar…. e falar? Reclama de tudo. Vive “pegando no pé deles” como a MÃE faz em casa. Então a saída encontrada é  fazer como eles fazem com a própria mãe: não dão ouvidos, ignoram  e continuam desrespeitando , proferindo impropérios, desobedecendo as regras, agindo de forma indisciplinada.
  
TIA NA SALA DE AULA:
O que fazer então quando a “Tia” incorpora na sala de aula ?
Paulo Freire (1997) afirma que “a tarefa de ensinar” não deve transformar “a professora em tia de seus alunos da mesma forma como uma tia qualquer não se converte em professora de seus sobrinhos só por ser tia deles. Ensinar é profissão que envolve certa tarefa, certa militância, certa especificidade no seu cumprimento enquanto ser tia é viver uma relação de parentesco”
É muito comum nas Creches e Séries iniciais (1º. Ao 5º. Ano) alunos tratarem a Professora por “Tia”, descaracterizando mais uma vez, sua profissão , não apenas perante os alunos, mas perante aos pais, reforçando desta forma a desvalorização da profissão e todo o esforço que se fez e ainda se faz para enaltecê-la.
Além do mais, ao ser chamada de “Tia” pode criar um vínculo ilusório de parentesco que na realidade não existe. Ninguém refere-se a nenhum outro profissional como “tio ou tia”. O que me leva, mais uma vez, a discorrer sobre o malefício que isso causa quando contribui para a desvalorização da profissão de Professor.
Você já imaginou uma “Tia” conversando com a mãe de um aluno ? É óbvio que as orientações que essa “tia” passará para tal mãe, não encontrará ouvidos receptivos, afinal porque levar em consideração o que uma “tia” fala ? Uma “tia” não tem o preparo e nem a formação para lidar com assuntos tão complexos. Uma “tia” geralmente emite apenas juízo de valor e portanto não precisam ser acatados como orientação segura.
Paulo Freire deixa claro: Você tem todo o direito de querer ser chamada de tia, mas não pode desconhecer as implicações escondidas nas manhas ideológicas que envolve a redução da condição de professora à tia.

PROFESSORA NA SALA DE AULA:
Quando Pais e Alunos exigirem de você a postura de Mãe ou Tia, deixe claro a que você veio e qual é a sua função. Se preciso for estampe as paredes com os seus Diplomas e  Certificados que atestarão, quando a sua fala e sua postura não forem suficientes, a sua competência técnica para estar ali, naquela sala de aula, exercendo a sua profissão.

Aproveite também para estampar na parede ao lado o que você espera da Mãe e da Tia, que estão em casa.  
Para vocês que são Professoras e que também são Mães aqui vai um alerta: Dentro da Sala de Aula jamais entre como Mãe ou Tia. Dentro da sua casa, jamais incorpore a  Professora.
Compartilhe no Blog ocorrências da sua sala de aula onde os Pais exigiram mais a postura de “Mãe” ou “Tia”  e como você resolveu a situação.

BIBLIOGRAFIA:
FREIRE, Paulo. “Professora sim, tia não”. São Paulo: Olho d’Água, 1997.

O ano letivo está por começar, e então você já deve estar pensando, “ começa tudo de novo, e terei os mesmos problemas que tive no ano anterior”. Bem, se essa é a sua atual visão das coisas, quero lembrar que a definição de loucura é “fazer tudo do mesmo jeito e esperar que o resultado saia diferente”. Assim sendo, se você fizer exatamente o que fez no ano passado, certamente colherá os mesmos resultados ao longo deste novo ano.
Ocorreram problemas de indisciplina ? Baixo aprendizado ? Se a resposta foi SIM para uma das perguntas ou para ambas então você precisa repensar a sua prática atual ! E a melhor maneira de fazer isso é perguntar-se: “ como os meus alunos estão chegando ? quem são eles? O que eles já sabem? O que precisam aprender ? como eles poderão aprender melhor ? “.
Lembre-se que  o Planejamento não é sobre você ou suas necessidades. Quem dita o quê e o como,   são os alunos. São as necessidades DELES que precisam ser atendidas. Para isso é preciso investigar e encontrar as respostas para as perguntas que foram feitas anteriormente.
A ferramenta que você usará para responder à essas perguntas é realizando a Avaliação Diagnóstica. Não importa a matéria que você leciona, ou o grau de ensino. Quer seja no Infantil, Fundamental, Médio, Técnico ou EJA, a Avaliação Diagnóstica presta-se ao mesmo objetivo: diagnosticar, verificar e  levantar os pontos fracos e fortes do aluno em determinada área de conhecimento.
É importante frisar que, infelizmente, muitos Professores utilizam apenas prova escrita para a realização desta avaliação. Quando na verdade existem mil e uma maneiras de realizar este levantamento de forma que os resultados sejam mais verdadeiros que aqueles levantados em uma mera prova escrita.
Esta avaliação não se restringe apenas ao início do ano letivo, porém deve ser usada ao longo do processo de aprendizado, para isso lance mão de  dinâmicas, jogos, debates, desafios, apresentações, vídeos, produções musicais, construção de maquetes, resolução de problemas, brincadeiras, criação de blogs, fórum,  etc.
Quando utilizada no início do ano letivo a avaliação diagnóstica fornece dados para que o planejamento seja ajustado e contemple intervenções para retomada de conteúdos, ou realização de encaminhamentos para reforço escolar, e até mesmo para Especialistas (Psicólogo, Fonoaudiólogo, Psicopedagogo), e quando feita ao longo do ano possibilita que tanto o aluno quanto o Professor possam refletir sobre a utilização de novas estratégias de aprendizado.
Jamais os dados da avaliação devem ser usados para classificar ou rotular o aluno em “aluno bom”  ou “ aluno ruim”. O Professor deve ter em mente que a avaliação oferece um momento de aprendizado para ambos, professor e aluno. Enquanto Professor é possível verificar quais estratégias estão ou não funcionando, além de ser possível constatar quais hipóteses os alunos estão levantando na internalização e construção de determinado conceito.
Já para o aluno, com o devido feedback do professor, torna possível  a compreensão e mensuração do conhecimento adquirido e quais hipóteses são verdadeiras ou falsas, para que o aluno possa descartar as falsas hipóteses e fique focado naquelas que o levarão ao aprendizado do conceito estudado. O feedback do professor lança a luz, clareando  os chamados “ pontos cegos”  em que o aluno se encontra tornando possível, assim, o avanço para a etapa seguinte do processo.
Nesta etapa a avaliação inicialmente diagnóstica, evolui para uma avaliação formativa, onde  o processo de descoberta  que  induz a  novas elaborações de aprendizado, sempre mediadas pelo professor,  é o que de fato importa e conta.
A Avaliação Formativa é o  tipo de avaliação que deveria prevalecer dentro das Escolas, por ser mais justo e atender de fato às necessidades dos alunos. Infelizmente, o que vemos é o uso da avaliação somativa, cujo único objetivo é meramente alcançar determinada nota para “passar” de ano, os alunos são rotulados pelas notas que alcançam e não são auxiliados onde de fato precisam de ajuda.
Por isso, antes de chegar “ ditando” o que você irá ensinar, comece em “ perguntando” o que os alunos já sabem para levantar o que eles de fato “precisam” aprender.
Quer compartilhar ? Quer dar mais  idéias sobre avaliação diagnóstica ? Então aguardo seus comentários  no blog.


BIBLIOGRAFIA SUGERIDA:
HOPFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola à Universidade. P. Alegre. Educação e Realidade. 1993.
LUCHESI, C. Verificação ou Avaliação: o que pratica a escola? A construção do projeto de ensino e avaliação, nº 8, São Paulo FDE. 1990
WERNECK, H. Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo. Vozes.Petrópolis. 1994.

O ano começa e com ele novas expectativas de maiores realizações pessoais. O trabalho pedagógico também deve renovar-se e alcançar novos resultados. O instrumento que norteia todo o processo educativo é o Planejamento Escolar.
Entretanto, os bimestres passam e a mudança nos alunos em termos de caráter, amadurecimento, relacionamentos, são muito poucas. A indisciplina é a mesma, falta motivação, interesse e comprometimento.
Mas, o que acontece realmente que faz com que no final do ano, o sentimento de expectativa inicial tenha se transformado em frustração, e constatação de que o planejamento não `funcionou`.
A grande questão que faz com que boa parte dos planejamentos falhem, é que eles são muito centralizados em conteúdos, estratégias de ensino, dar conta do livro didático, avaliações, e por esta razão abrangem apenas 50% do processo de educar, pois ignoram outras questões fundamentais que precisam ser trazidas em pauta e que extrapolam a sala de aula.
Planejamento Escolar não é uma perda de tempo, também não é um documento que é feito uma vez por ano e guardado em uma gaveta, não é algo imutável que não deva ser ajustado ao longo do caminho, e também não é simplesmente copiar e colar os conteúdos do livro didático apenas distribuindo-os ao longo dos bimestres.
Planejamos para alcançar algo, para criarmos alguma coisa, para atingirmos um objetivo.
É preciso um novo modelo de planejamento pedagógico, que priorize o desenvolvimento da pessoa, e não apenas do aluno. Desenvolver uma pessoa vai muito além dos livros didáticos, das provas, avaliações e lições de casa.
Aqui está o esboço de um Plano de Ação com dez itens para serem considerados no seu próximo planejamento:
RESULTADOS DO ANO ANTERIOR: analise os resultados do que deu certo e errado no ano anterior (levantamento de números e causas)
QUALIDADE DO APRENDIZADO: crie um sistema de avaliação que priorize a qualidade de aprendizado e não apenas a quantidade de conteúdo memorizado
FAZER DIFERENTE: Levante novas estratégias pedagógicas, adequadas aos modelos de aprendizagem dos seus alunos
 
GERENCIAMENTO SALA DE AULA: crie procedimentos para o gerenciamento e gestão de sala de aula
RESOLUÇÃO DE CONFLITOS: crie um sistema de resolução de conflitos (aluno x aluno) , (aluno x professor), (professor x pais)
 
RELACIONAMENTO COM A FAMILIA: crie estratégias para encantar e se relacionar com as famílias dos alunos
PARTICIPAÇÃO DA FAMILIA: Crie estratégias e atividades para a participação da família no ambiente escolar e fora dele
HABILIDADES E NECESSIDADES: Levante pontos fortes e fracos dos alunos , trace objetivos, crie intervenções e monitore semanalmente
PORTFOLIO INDIVIDUAL: Levante os modelos de aprendizagem dos seus alunos e trabalhe as inteligências
PORTFOLIO DO PROFESSOR: Levante os seus pontos fortes e fracos e trace um plano para sua mudança pessoal com metas, estratégias e tarefas a realizar.
Esses 10 itens compõem a parte dinâmica e viva do Planejamento Escolar, o verdadeiro Plano de Ação que conduzirá os alunos a um novo patamar de aprendizado não apenas pedagógico, mas de vida, de auto estima, de relacionamento , de valores, de novas e maiores possibilidades.
Agora você já tem o esboço do grande Plano de Ação para começar o ano. Afinal, um ano só pode ser chamado de novo, se novas coisas forem feitas. Lembre-se, os resultados sempre são proporcionais ao esforço que fazemos. Você é a peça fundamental do Planejamento Escolar, com você ele ganhará vida, e o seu aluno conquistará asas.
Lembre-se: mudar o comportamento dos alunos, começa com um Planejamento Escolar que contemple esses 10 ítens.

Fonte: http://www.sosprofessor.com.br/blog/planejamento-anual-e-a-indisciplina-diaria/


De fato o ano letivo começa quando inicia a  Semana Pedagógica dentro e/ou fora  da Escola. Infelizmente muitas não sabem verdadeiramente o que fazer na Semana Pedagógica e outras utilizam este precioso tempo apenas para ficar discutindo longos  textos, realizando dinâmicas de motivação, um oba-oba que não acrescenta nada de concreto ao trabalho que deverá ser realizado ao longo do ano.
Mas, o que é a Semana Pedagógica ? Porque ela é importante? Por que a Escola DEVE realizá-la ? Objetivamente falando a Semana Pedagógica é um momento de analisar o que deu e o que não deu certo, ajustar e corrigir o rumo do que deu errado, planejar novas ações para fazer mais do certo e menos do errado, implementar as ações, ou popularmente falando: arregaçar as mangas e fazer acontecer.
Geralmente esta Semana Pedagógica ocorre no mês de Janeiro, logo que os Professores retornam do recesso. Em algumas Escolas ocorrem em 5 dias, outras em 7 a 10 dias. O fato é: não importa se você tem mais ou menos tempo, o que importa é que há assuntos ou temas   importantes que não podem deixar de ser discutidos nesse  período.
Pauta/Temas da Semana Pedagógica:
. Integração dos Professores novos com todos membros da Equipe (Apoio, Administrativo, etc), bem como o esclarecimento das metas  da escola a serem atingidas nesse novo ano
. Análise dos dados do ano anterior (aprovação/reprovação/por sala/turma (índices: ex.IDEB)
. Ajustes no PPP com avaliação e monitoramento  das metas estabelecidas
. Desafios enfrentados no ano anterior, com definição de  ações /soluções para o novo ano que se inicia
. Calendário escolar e estabelecimento da rotina escolar
. Passagem da turma para o novo Professor  (informar as necessidades a serem trabalhadas e progressos já alcançados)
. Planejamento Geral (Plano de Ensino/Projetos/Reforço/Alunos com NEE/Avaliação)
. Formação Continuada: como ela ocorrerá durante o ano
. Avaliação Institucional e da Equipe: informar como ela ocorrerá

Materiais necessários:
. Quadros com índices de aproveitamento por sala/turma
. Quadro de Horário das Aulas
. Calendário Escolar
. Cópias do PPP
. Proposta curricular
. Planos de Ensino

Lembre-se a Semana Pedagógica começa no início do ano letivo, porém só termina quando o ano letivo se encerra. Encare da seguinte forma, o PPP é a bússola que norteará todo o trabalho desenvolvido no ano, e a Semana Pedagógica fornece o grande “itinerário”, dessa jornada.
Por esta razão é de extrema importância logo no início do ano mostrar a toda a Equipe, o resultado, em números, do trabalho que eles estão desempenhando na Escola. Só assim ficará claro que se os resultados apresentados ainda não estão satisfatórios, significa que a Equipe terá que fazer melhor neste novo ano, ou seja, fazer diferente do que estão fazendo até então, e para isso será necessário implantar novas ações, dar importância a capacitação que deve ser constante e  fazer parte da  rotina da Escola.
Caberá ao Coordenador, juntamente com os demais envolvidos na Equipe Estratégica (Diretor, Vice, Supervisor) elaborar um Programa de Educação Continuada para todos os membros da Equipe, pois é a capacitação dos envolvidos que garantirá  que as metas estabelecidas no PPP e compartilhadas na Semana Pedagógica  sejam alcançadas.
A Semana Pedagógica tem seus objetivos atingidos quando todos saem dela sabendo que a “sua” parte compõe o “todo”, e que se  esse “todo”  está “doente”  e caminha de modo ineficiente, então cada um deverá mudar. Ficar do mesmo tamanho também já não será mais uma opção, todos deverão  crescer, aprimorar-se, fazer o melhor e sair em busca de mais.
Agora você decide: ou fica do mesmo jeito e  continua contribuindo para deixar a Escola “doente”, ou aceita o desafio de mudar e trazer a “cura”.
Então, o que vai ser ?

Que a indisciplina está correndo solta na sala de aula, dentro da Escola e no entorno da Escola, é de consenso geral entre os Professores.  Infelizmente, dado o descaso com que a indisciplina  é conduzida e tratada pelas autoridades, imputou-se ao Professor e às Escolas a responsabilidade de solucioná-la.
O que talvez, nem o Poder Público e nem as Famílias estejam vendo é que a indisciplina de HOJE, é a VIOLENCIA não mais de AMANHÃ, mas de HOJE mesmo.
Até há bem pouco tempo, acreditava-se que a violência só ocorria à noite, e em pontos e situações isoladas.
HOJE, está violência está dentro das salas de aula, dentro das Escolas, no meu e no seu Bairro, na minha e na sua rua. Ela está assustadoramente próxima de nós.
Os jovens atualmente desafiam e desrespeitam os Pais, quando chegam na sala de aula fazem o mesmo com os  Professores ,e o que começou com comportamentos de  desrespeito e indisciplina, desemboca na Comunidade na forma de  violência explícita contra o cidadão.
Depois que o problema sai do controle de quem é a responsabilidade de solucioná-lo ?
E antes do mesmo ocorrer, de quem é a responsabilidade de prevení-lo ?
Veja abaixo a matéria que foi publicada no Jornal A Folha de São Paulo de Brasília:
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O Senado aprovou na quarta-feira (14) projeto que obriga as escolas da educação básica a oferecerem as disciplinas de Ética e Cidadania Moral e Ética Social e Política. O projeto altera a Lei de Diretrizes e Bases da educação brasileira ao tornar as duas disciplinas obrigatórias nas escolas brasileiras.
Instituída durante a ditadura militar (1964-1985), a disciplina de “Moral e Cívica” deixou de ser obrigatória no país em 1993. No decreto de sua criação, o governo militar dizia que a disciplina tinha entre outros objetivos “a preservação dos valores espirituais e éticos da nacionalidade” e o “fortalecimento da unidade nacional”.
O MEC (Ministério da Educação) é contrário ao projeto por considerar que a inclusão de duas novas disciplinas vai promover um “inchaço” nos currículos escolares. Em nota técnica enviada a senadores para criticar o projeto, o ministério diz que o calendário de 200 dias letivos fixado pela Lei de Diretrizes e Bases da educação não comporta novas disciplinas.
A proposta havia sido aprovada em caráter terminativo pela Comissão de Educação do Senado em setembro, mas o líder do governo, Eduardo Braga (PMDB-AM), pediu sua votação em plenário.
Autor do projeto, o senador Sérgio Souza (PMDB-PR) aproveitou o esvaziamento do plenário nesta quarta-feira, véspera de feriado, e conseguiu incluir a matéria na pauta de votações. O senador disse que tinha o apoio dos líderes partidários para votar a matéria. O projeto segue agora para análise da Câmara dos Deputados.
Em defesa da proposta, Souza afirmou que a inclusão das disciplinas tem o objetivo de fortalecer o sistema educacional brasileiro ao priorizar a “formação moral e ética das nossas crianças”.
“Queremos fortalecer a formação de um cidadão brasileiro melhor: pela formação moral, ensinando conceitos que se fundamentam na obediência a normas, tabus, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos; por outro lado, pela formação ética, ensinando conceitos que se fundamentam no exame dos hábitos de viver e do modo adequado da conduta em comunidade”, afirmou o senador.
Relator da proposta e ex-reitor da Universidade de Brasília, o senador Cristovam Buarque (PDT-DF) defendeu o projeto ao afirmar que os problemas “cruciais” da sociedade só serão solucionados com políticas educacionais voltadas para a formação moral e ética das crianças e jovens.
“Dada a presente desagregação social pela qual passamos, representada pela atual crise de valores humanos, faz-se necessário que a escola oriente a formação do caráter dos nossos jovens, fortalecendo a formação dada no núcleo familiar”, disse.
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Você acredita que a inclusão desta nova disciplina, por si só, garantirá a formação moral e ética das crianças e jovens?
Contrariando a afirmação do Senador Cristovão Buarque, creio que há sim uma desagregação social,  porém a atual crise de valores humanos dá-se pela desagregação da Família e da mídia para com esses valores.
Não é justo incumbir  apenas o Professor de remediar  e fortalecer uma educação moral que já não existe nos Lares e  nos meios de comunicação, pois não cabe ao Professor o papel de executor desta tarefa.
Viver em Sociedade requer também compartilhamento de responsabilidades e deveres.
Assim sendo pergunto: Quando será criada a Lei que determina que os Pais e a Mídia também recebam aulas de Cidadadia, Moral e Ética ?
E você, o que acha?

Rosely Brito

Há muitas dúvidas no que refere-se a condução e avaliação do trabalho com crianças que apresentam necessidades educativas especiais dentro da sala de aula. O conceito de  Educação Inclusiva é relativamente novo no Brasil. Foi a partir de 1994 com a Declaração de Salamanca que o Brasil comprometeu-se juntamente com outros países a assumir o seu compromisso com esse público. Tanto que a nossa LDB  9394/96 é a primeira lei a ter um capítulo reservado a Educação Especial. 
Apesar de, a partir de 1996, termos dado o pontapé inicial, com a LDB oferecendo diretrizes gerais para a prática de uma educação inclusiva, de lá para cá várias Portarias, Decretos e Publicações tem surgido, no sentido de nortear e esclarecer como isso deverá ser feito, no entanto, fato é que: estamos longe, com raras exceções, de estarmos praticando a educação inclusiva conforme defendido na Declaração de Salamanca. 
Há mais matrículas de crianças com necessidades especiais  e as mesmas aumentam ano a ano, isso é um fato. Porém como estas crianças estão aprendendo? como estão sendo trabalhadas ? como os Professores as estão avaliando ?   
Tanto Professores, Coordenadores e Diretores sofrem com muitas dúvidas no que refere-se a educação de crianças e jovens com necessidades educativas especiais.  Com a proximidade do término do ano letivo a maior delas passa a rondar os Conselhos de Classe: Pode os alunos com necessidades educativas especiais serem reprovados? É obrigatório que eles sejam aprovados ? 
Então, antes de responder a estas questões, compartilho uma enquete que  realizamos  onde constaram  três perguntas: 
01. Você tem alunos especiais na sua sala de aula?
524 Responderam, sendo:
437 ( 83,40%   ) SIM  TEM ALUNOS ESPECIAIS DENTRO DA SALA
 88  (16,79%)     NÃO TEM ALUNOS ESPECIAIS

02. Alunos Especiais podem reprovar?
520 Responderam, sendo:
237 (45,58%) responderam que SIM
295 (56,73% ) responderam que NAO

03. Justifique sua resposta.
 Quanto a justificativa, as respostas foram as mais variadas, porém, tanto os que responderam que NÃO pode reprovar, quanto os que responderam SIM pode reprovar, apresentaram na maioria das respostas razões controversas. 

O QUE DIZ A LDB 9394/96 (CAPÍTULO V): 
Art. 58 . Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. 
§1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender as peculiaridades da clientela de educação especial.
§2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns do ensino regular.
§3º A oferta da educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. 
Art. 59 . Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais:
I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades;
II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;
III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;
IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;
V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. 
Art. 60 . Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder público. 
Parágrafo único. O poder Público adotará, como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na própria rede pública regular.
 Como você pode observar acima, coloquei em negrito algumas partes para que você dê atenção minuciosa, pois são nestas passagens que o Gestor e Professores encontrarão  a direção inicial para organizarem as adequações que serão necessárias a esses alunos. 

LAUDOS : PARA QUE SERVEM ?
Há um equívoco entre os Professores de que se o aluno apresentar Laudo informando a deficiência o mesmo deverá ser aprovado, pois a criança estaria amparada pelo mesmo.
É preciso ficar claro que o Laudo informa uma condição da criança e não a habilita a passar de ano. Da mesma forma que um Professor não medicará ninguém, e nem prescreverá tratamentos, o médico, por sua vez, não tem preparo para avaliar e responder pela aprendizagem da criança, portanto qualquer laudo emitido pelo mesmo ou qualquer outro profissional da área da Saúde com este objetivo não tem efeito.
Cabe ao Professor de posse de Laudos, juntamente com outros registros, tais como:  avaliações, sondagens, entrevistas e  observações, traçar trabalho pedagógico condizente com as necessidades do aluno e então verificar se o mesmo está apto ou não a ser aprovado.
FLEXIBILIZAÇÃO CURRICULAR:
O aluno com necessidades especiais seguirá o mesmo currículo que os demais alunos ? Nem sempre !
Caberá ao Professor elaborar a flexibilização de currículo adequando-o as possibilidades daquele aluno , bem como a seleção dos melhores métodos, estratégias, técnicas de ensino
Já no que refere-se as adequações de mobiliário, de ambiente, recursos educativos e Equipe de Apoio, caberá ao Gestor da Escola fazer as devidas modificações e/ou ajustes, contemplando no Projeto Político Pedagógico, como este trabalho será desenvolvido, monitorado e mensurado.
Mas o que é flexibilização de Currículo para os alunos que apresentam necessidades especiais ? Não se trata de tirar conteúdos a serem trabalhados ou de reduzí-los pura e simplesmente, e sim de adequá-los,   com pequenos ajustes por meio de estratégias de ensino e procedimentos diferenciados, bem como instrumentos avaliativos diversificados.

ADAPTAÇÃO CURRICULAR:
 Já para os alunos que apresentam um nível mais severo de comprometimento cognitivo , de comunicação e/ou de interação social, os conteúdos deverão ser alterados e/ou ampliados, de modo que  estejam contextualizados ao nível cognitivo do aluno, ou seja, adequado ao seu nível de entendimento, a sua realidade social  e proposto com níveis de desafio tal, que possibilite que o aluno caminhe por este currículo e atinja as metas traçadas para ELE, previamente pelo Professor.
As adaptações podem ser relativas aos Objetivos, aos Conteúdos, na Organização Didática, nas Metodologias de Ensino e nos procedimentos de Avaliação. 
Lembre-se de uma coisa muito importante: as metas traçadas para a SÉRIE é uma coisa, e as metas traçadas para o ALUNO alcançar durante o ano letivo diferem totalmente.  Isso fará toda a diferença entre ser aprovado ou reprovado.

SERVIÇO DE APOIO ESPECIALIZADO:
É necessário que no contraturno o aluno realize atendimento com profissionais especializados, e que a Escola também possa contar com Especialistas que orientem e deem suporte ao trabalho que o Professor estiver desenvolvendo.
Este serviço não exime a família de providenciar tratamento, terapias, caso necessário, fora da unidade escolar.

PROFESSORES CAPACITADOS:
Não basta matricular os alunos com necessidades educativas especiais em uma sala de aula, sem que o Professor que conduzirá o trabalho não for preparado, capacitado, orientado a planejar e desenvolver o trabalho em questão.
Os Professores relatam que sentem-se frustrados e sozinhos, pois são cobrados como sendo os únicos que devem fazer algo a respeito. Geralmente o Gestor não oferece o apoio que o Professor precisa, e nem disponibiliza capacitações para melhor instrumentalizá-los a trabalhar com esses alunos.
Incluir é uma tarefa da Escola como um todo, no seu Projeto Político Pedagógico, nas suas adequações físicas e de mobiliário, na aquisição de recursos materiais, no oferecimento de Equipe de Especialistas, na criação de novas metodologias que atendam esses alunos, na seleção de instrumentos de avaliação, no estabelecimento de critérios de aprovação/reprovação,  bem como na capacitação do Professor que trabalhará diretamente com esses alunos.
A Lei só poderá ser cumprida na sua integralidade , e a Inclusão realmente praticada, se todos os elementos que a viabilizem  estiverem sendo contemplados.

AVALIAÇÃO:
A avaliação de um aluno com necessidades especiais deve partir das metas anteriormente traçadas para que ELE atinja. Lembre-se, o Curriculo foi Flexibilizado e Adaptado para ele com metas específicas . Assim a Avaliação mais justa que deverá ser feita é a Processual.
Os instrumentos para esta avaliação seriam: Observação com base nos objetivos que foram traçados para o aluno, portfólios, análise da produção escolar, registros do professor em diferentes momentos da prática pedagógica e quaisquer outros instrumentos que possibilitem  a verificação quantitativa dos  progressos alcançados pelo aluno.
O Professor também deverá considerar todos os avanços alcançados durante este percurso no que refere-se aos: aspectos do desenvolvimento  (biológico, emocional, comunicação, etc), motivação, capacidade de atenção, novas estratégias que o aluno desenvolveu para solucionar e/ou superar determinados desafios.

APROVAÇÃO E REPROVAÇÃO:
Se a avaliação é processual, ou seja, do percurso então é correto afirmar que para cada etapa deste percurso o aluno terá um tempo e  ritmo próprio, o qual não se enquadrará nos tempos pré-definidos, os quais chamamos de Bimestres e Séries.
Assim é totalmente possível que no final do ano letivo o aluno tenha  atingido as metas de apenas uma parte dos objetivos propostos para Ele, e que portanto deverá dar continuidade na sua caminhada para alcançar o restante. Isso poderá  ser feito tanto na atual série onde se encontra, quanto na próxima série, porque ele sempre caminhará em relação a Ele próprio e nunca em relação a série onde está matriculado.
Quando adotamos esta perspectiva, as metas do Aluno, constatamos que, mesmo que seja auferida nota para mensurar esses progressos, esta nota refletirá a qualidade dos resultados alcançados e nunca a quantidade de conteúdos trabalhados.  
 Caso este aluno esteja em um modelo de progressão continuada o mesmo caminhará de uma série para outra conforme determinado neste modelo educativo.
Para os alunos que são aprovados baseados na aferição de notas, então deve ser levado em consideração tudo o que já foi dito até o momento. Portanto, é possível sim que um aluno com necessidades especiais reprove, caso não tenha atingido as metas estipuladas para Ele.
O fato é que qualitativamente falando o aluno sempre progredirá e atingirá alguma meta, no entanto, se a Escola  adotar o método quantitativo para avaliá-lo então o mesmo poderá ser reprovado. Mesmo assim esta reprovação deverá ser analisada profundamente e sejam pesados todos os dados, pois acima de tudo é necessário que haja o bom senso da escola, dos profissionais envolvidos bem como o consenso dos pais.

TERMINALIDADE ESPECÍFICA:
Determina a Lei que o aluno, independente dos objetivos atingidos e/ou da série cursada  e esgotados todos os recursos para o seu avanço, deverá receber a Certificação de Terminalidade Específica.
A idade mínima para conceder tal Certificação é de 16 anos, e a idade máxima é de 21 anos, e deverá ser concedida somente após  a apresentação de Relatórios detalhados do desenvolvimento acadêmico do aluno em questão ao longo de toda sua trajetória na Escola, bem como apresentadas as justificativas para a emissão da Terminalidade Específica.

CONCLUINDO:
Como você observou, a questão é complexa e profunda como tudo o que se refere à aprendizagem e à inclusão.
Cada Escola, conforme suas possibilidades se organizará para contemplar a inclusão de cada aluno, levando em consideração as suas particularidades e necessidades, e então traçará modelos de desenvolvimento do trabalho pedagógico e de avaliação que sejam justos com esse aluno, respeitando-o em suas habilidades e necessidades.


Por Roseli Brito

Legislação Ed.Especial
http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=12716&Itemid=863
 LDB 9394/96 – CAPITULO EDUCAÇÃO ESPECIAL
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ldbn2.pdf
Portaria Conjunta CENP/COGSP/ CEI, de 6-7-2009
Dispõe sobre a Terminalidade Escolar Específica de alunos com necessidades educacionais especiais na área da deficiência mental, das escolas da rede estadual de ensino e dá providências correlatas.
http://www.dersv.com/portaria_conjunta_terminalidade_escolar.htm

Você sabe como surgiu o Dia do Professor?

O Dia do Professor é comemorado no dia 15 de outubro. Mas poucos sabem como e quando surgiu este costume no Brasil.
No dia 15 de outubro de 1827 (dia consagrado à educadora Santa Tereza D’Ávila), D. Pedro I baixou um Decreto Imperial que criou o Ensino Elementar no Brasil. Pelo decreto, “todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de primeiras letras”. Esse decreto falava de bastante coisa: descentralização do ensino, o salário dos professores, as matérias básicas que todos os alunos deveriam aprender e até como os professores deveriam ser contratados. A idéia, inovadora e revolucionária, teria sido ótima - caso tivesse sido cumprida.
Mas foi somente em 1947, 120 anos após o referido decreto, que ocorreu a primeira comemoração de um dia dedicado ao Professor.
Começou em São Paulo, em uma pequena escola no número 1520 da Rua Augusta, onde existia o Ginásio Caetano de Campos, conhecido como “Caetaninho”. O longo período letivo do segundo semestre ia de 01 de junho a 15 de dezembro, com apenas 10 dias de férias em todo este período. Quatro professores tiveram a idéia de organizar um dia de parada para se evitar a estafa – e também de congraçamento e análise de rumos para o restante do ano.
O professor Salomão Becker sugeriu que o encontro se desse no dia de 15 de outubro, data em que, na sua cidade natal, professores e alunos traziam doces de casa para uma pequena confraternização. Com os professores Alfredo Gomes, Antônio Pereira e Claudino Busko, a idéia estava lançada, para depois crescer e implantar-se por todo o Brasil.
A celebração, que se mostrou um sucesso, espalhou-se pela cidade e pelo país nos anos seguintes, até ser oficializada nacionalmente como feriado escolar pelo Decreto Federal 52.682, de 14 de outubro de 1963. O Decreto definia a essência e razão do feriado: "Para comemorar condignamente o Dia do Professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo participar os alunos e as famílias".

"Professor é o sal da terra e a luz do mundo.
Sem vós tudo seria baço, e a terra escura.
Professor, faz de tua cadeira a cátedra de um mestre.
Se souberes elevar teu magistério, ele te elevará à magnificência...
... Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina."